Ricardo Nunes, prefeito reeleito de São Paulo - Foto: Reprodução

Ricardo Nunes é reeleito prefeito de São Paulo

Ricardo Nunes (MDB), 56, foi eleito prefeito de São Paulo neste domingo (27). No cargo desde a morte de Bruno Covas (PSDB), em 2021, ele se valeu de obras, articulação política e Tarcísio de Freitas (Republicanos) para liderar as pesquisas durante toda a campanha e vencer Guilherme Boulos (PSOL), 42, com folga no segundo turno.

Com 95,49% das urnas apuradas, o prefeito obteve 59,48% dos votos válidos (3,25 milhões) e o deputado federal, 40,52% (2,21 milhões).

Em fevereiro de 2023, mais de 60% dos paulistanos não sabiam dizer o nome do prefeito paulistano. Diante desse desafio, Nunes fez os primeiros acenos aos eleitores, como a adoção de tarifa zero para ônibus aos domingos e obras como a requalificação da avenida Santo Amaro. Até agosto de 2023, o Datafolha ainda apontava Boulos à frente nas pesquisas. Mas, no papel de incumbente, Nunes virou o jogo. Cerca de 100 mil pessoas foram impactadas por mais de 70 obras de combates a enchentes realizadas nos últimos quatro anos, por exemplo.

Além disso, a prefeitura está com mais dinheiro do que nunca e terá R$ 119 bilhões à disposição para gastos em 2025. Pesou também o medo do eleitor em relação à mudança representada por Boulos e a própria rejeição ao candidato de esquerda.

Com 12 partidos, a coligação de Nunes garantiu a ele o maior tempo na propaganda de TV e o apoio de mais de 500 dos quase mil candidatos a vereador. Os dois fatores foram importantes, assim como a articulação do prefeito para ser o nome de Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo — o ex-presidente indicou o coronel Mello Araújo (PL), 53, para vice. Nunes acreditava na “união do centro e da direita para vencer a extrema esquerda”.

O aval demorou, mas veio — embora o ex-presidente tenha dito que o prefeito não era seu “candidato dos sonhos” e tenha participado pouco da campanha. Já com Tarcísio, se deu o contrário. O governador pretendia “se envolver o mínimo possível” na disputa, mas usou seus 55% de aprovação na capital para pedir votos, ir atrás do eleitorado evangélico e até preparar Nunes para debates, garantindo um aliado de peso para 2026.

Neste domingo, Tarcísio afirmou, sem apresentar provas, que integrantes da facção criminosa PCC orientaram familiares e apoiadores a votar em Boulos para prefeito de São Paulo — o psolista chamou a declaração de “vergonha” e o Ministério Público disse que os serviços de inteligência do governo federal não receberam nenhuma informação a respeito de uma suposta orientação da facção.

Da Redação

talvez você goste