A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a desaceleração dos preços ao consumidor continua, embora tenha destacado os riscos persistentes das pressões salariais e efeitos ainda não devidamente mensurados de níveis mais baixos da confiança.
“As informações recebidas sobre a inflação mostram que o processo de desinflação está bem encaminhado”, disse Lagarde nesta sexta-feira (25) durante uma reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional em Washington.
“Os indicadores recentes da atividade econômica surpreenderam um pouco para o lado negativo e as condições de financiamento continuam restritivas.”
Apesar de o BCE ter cortado as taxas de juros três vezes neste ano, analistas e porta-vozes discutem se um novo corte pode ser necessário na próxima reunião, em dezembro.
Embora as autoridades mais dovish tenham levantado preocupações sobre a economia em dificuldades da zona do euro, as que são mais hawkish têm se mostrado contrárias à aceleração da flexibilização monetária.
Na ocasião, Lagarde também reiterou as pressões de preços dos salários e a queda na confiança mais baixa: “os riscos para o crescimento permanecem inclinados para o lado negativo. A confiança mais baixa pode impedir que o consumo e o investimento se recuperem tão rapidamente quanto o esperado”.
Apesar disso, Lagarde disse que a inflação doméstica continua elevada, “com fortes pressões de preços provenientes principalmente dos salários”.
O crescimento dos salários continuou forte, mas o aumento geral dos custos de mão-de-obra tem se moderado nos últimos trimestres e os lucros têm amortecido o impacto dos salários mais altos sobre a inflação, afirmou.