Foto: Divulgação/Pixabay

Você pode estar precificando seu imóvel incorretamente; conheça esse “erro grave”

Dois em cada três brasileiros (65%) já deixaram de alugar, comprar ou vender um imóvel com medo de fazer um mau negócio por conta do preço, mesmo após muito tempo procurando ou esperando uma oferta.

O dado, que faz parte de uma pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com o Grupo QuintoAndar, revela como a assimetria de informações presente no mercado imobiliário mina as transações no setor.

O estudo foi elaborado a partir de entrevistas com mais de 2 mil inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis em todas as cinco regiões do país, entre os dias 27 de agosto e 12 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos em relação ao total da amostra.

A falta de informações sobre o setor é a principal dificuldade relatada pelos entrevistados: 84% afirmaram que têm problemas para obter informações precisas sobre o preço adequado de um imóvel.

O estudo mostrou que as principais dificuldades em precificar um imóvel ou entender se o valor cobrado faz sentido são: ter fontes confiáveis para se orientar (média 6,4), saber se o preço está adequado no momento da decisão (6,4) e avaliar o impacto das melhorias/reformas feitas no imóvel (6,3). As notas foram dadas em uma escala de 0 a 10.

Thiago Reis, gerente de dados do Grupo QuintoAndar, acredita que, além da assimetria de informação no setor, o erro mais grave que alimenta esse cenário é a cultura de sobreprecificação: aplicar uma “gordurinha” no preço anunciado, tanto para compra quanto para venda, como uma forma de “testar” o mercado.

Mais da metade dos proprietários de imóveis (56%) afirma que coloca o preço acima já contando com o desconto na negociação; 29% relatam que estipulam o valor que estão dispostos a aceitar e abrem pouco espaço para barganha; e 16% dizem precificar no patamar que estão dispostos a fechar um acordo, sem flexibilidade.

“Essa estratégia de testar não é assertiva, principalmente por ser adotada logo no início do anúncio do imóvel, período que concentra o maior número de visitas de interessados. Ou seja, no momento de maior exposição do seu imóvel – nas primeiras semanas, no caso de aluguel, ou meses, para venda – você adota um preço mais alto e afasta os compradores. Isso é um problema, porque geralmente esse imóvel não será alugado ou vendido, ficará sendo anunciado por mais tempo e, consequentemente, o proprietário será obrigado a abaixar o preço para o valor que deveria ter sido adotado desde o início”, completa Reis.

talvez você goste