O sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí, Gilvan de Freitas Rodrigues, acusado de agredir a ex-esposa, a jornalista Yara Ataide, que denunciou o caso nas redes sociais, terá que cumprir medidas cautelares. A decisão foi determinada pelo juiz Edmilson da Costa Fortes Lima, do Plantão Judicial do Tribunal de Justiça do Maranhão, atendeu ao pedido da Delegacia do Plantão Central de Timon
A jornalista relatou que foi agredida verbalmente e fisicamente pelo sargento, que era o seu companheiro. Segundo a vítima, Gilvan a empurrou e tentou enforcá-la, além de proferir contra ela xingamentos e ameaças.
O magistrado determinou: o afastamento imediato do lar; proibição de frequentar os lugares onde a vítima costuma ir; proibição de aproximar-se da vítima, de sua casa e local de trabalho, devendo manter a distância mínima de 300 metros; e proibição de contatar a vítima por qualquer meio de comunicação, inclusive por interposta pessoa.
“O contexto relatado pela vítima demonstra que o representado evolui numa escala de violência que, não raramente, tem resultados irreversíveis. Tais circunstâncias reafirmam a necessidade de mobilização do aparelho estatal no sentido da proteção eficaz à mulher vítima de violência doméstica, especialmente no caso em que, uma vez configurada, exista a possibilidade de o seu autor voltar a exercer posse ou porte de armas”, ressaltou.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (CBMEPI) emitiu comunicado nesta sexta-feira (19) afirmando que vai investigar o sargento Gilvan Freitas, acusado de agredir a ex-esposa, a jornalista Yara Ataíde, que divulgou nas redes sociais a agressão.
Confira a nota na íntegra:
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (CBMEPI) vem a público informar que, na manhã desta quinta-feira (19), tomou conhecimento das recentes imagens veiculadas na mídia, supostamente envolvendo um bombeiro militar da corporação em uma lamentável cena de violência doméstica. O CBMEPI esclarece que foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar a conduta do militar, tanto no âmbito de suas funções dentro da corporação quanto em sua vida social.
Reiteramos que qualquer comportamento que atente contra a dignidade da pessoa humana não reflete os valores do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí. Não apoiamos, incentivamos ou compactuamos com qualquer tipo de violência. O CBMEPI reafirma seu compromisso com os direitos humanos, com a proteção da integridade das mulheres e com a promoção de uma sociedade segura, baseada no respeito, dignidade e acolhimento, que são deveres de todo agente de segurança pública.
Informamos ainda que o Estado do Piauí dispõe de diversos centros especializados de apoio às mulheres vítimas de violência, onde podem buscar acolhimento, suporte e orientação. Seguem os contatos de referência:
Centro de Referência Especializado Esperança Garcia (CREG)
– Telefone: (86) 99412-2719
– Endereço: Rua Agripino Maranhão, 235 – Noivos, Teresina-PI
Defensoria Pública do Estado – Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência
– Telefone: (86) 3233-8504
– Endereço: Rua Joca Pires, 1000 – Bairro Jockey, Teresina-PI
Centro de Referência Estadual da Mulher em Situação de Violência – Francisca Trindade
– Telefone: (86) 99433-0809
– Endereço: Avenida Petrônio Portela, 1900 – Bairro Aeroporto, Teresina-PI
Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID)
– Telefone: (86) 99433-0809
– Endereço: Rua Mato Grosso, 268 – Centro, Teresina-PI
Central de Flagrantes de Atendimento à Mulher e a Grupos Vulneráveis de Teresina
– Endereço: Rua Coelho de Resende, s/n, Centro-Sul, Teresina-PI
– E-mail: cfte@pc.pi.gov.br
– Atendimento: 24 horas
Relembre o caso
A jornalista Yara Ataide divulgou nas redes sociais na noite desta quarta-feira (18) para denunciar o ex-marido, um sargento do Corpo de Bombeiros do Piauí, identificado como Gilvan Freitas.
Yara relatou que sofreu agressões durante os sete anos em que esteve com o ex-companheiro. Além do vídeo, ela postou uma foto em que aparece com o olho roxo em virtude da agressão.
“O Corpo de Bombeiros do Piauí, quando dei entrada no meu primeiro processo, fez vista grossa contra minha denúncia e agora que tenho vídeos, fotos, etc.. vão aceitar agressor na corporação?”, questionou a jornalista.
Orlando Dias