Ex-presidente Bolsonaro - Foto: Adriano Machado/Reuters

Polícia Federal diz que venda de joias custeou Bolsonaro nos EUA

A Polícia Federal (PF) afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria formado uma associação criminosa para desviar mais de R$ 6 milhões em presentes recebidos por ele em visitas oficiais para outros países enquanto Chefe de Estado e que o dinheiro resultante das negociações era passado para ele em espécie. As informações constam do relatório final do inquérito da PF sobre a investigação, tornado público nesta segunda-feira (8). Inicialmente a PF havia informado em relatório que o desvio superava os 25 milhões, mas depois corrigiu a informação, tratada como “erro material na conclusão”.

Segundo a PF, ex-auxiliares de Bolsonaro venderam os presentes oficiais e entregaram o dinheiro em espécie para o ex-presidente. O relatório final da PF tem 476 páginas e é assinado pelo delegado responsável pelo caso, Fabio Shor.

O total das joias investigadas no caso chega a US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,661, segundo a PF. O valor não considera os bens ainda pendentes de perícia, além das esculturas douradas de um barco e uma árvore e um relógio Patek Philippe, que foram vendidos. A investigação diz que a associação criminosa envolvendo o ex-presidente e auxiliares tentou “legalizar” a incorporação dos bens para poder vendê-los, o que indicaria crime de lavagem de dinheiro. O relatório não informa, porém, qual fatia deste valor teria ficado com Bolsonaro.

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) chamou de “insólito” o inquérito da PF. Mas não disse se o ex-presidente sabia da venda dos presentes ou não. Os advogados dizem que Bolsonaro devolveu espontaneamente bens que recebeu em viagens oficiais e reclama que outros ex-presidentes não sejam investigados.

“Os elementos acostados nos autos evidenciaram a atuação de uma associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República JAIR BOLSONARO e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais, entregues por autoridades estrangeiras, para posteriormente serem vendidos no exterior”, trecho de relatório da PF.

Com informações da Folhapress

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