Gasto com BPC pode chegar a R$ 1,48 trilhões em 2060, aponta governo

O governo federal prevê que os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) alcançarão R$ 1,48 trilhões em 2060, considerando os beneficiários idosos e com deficiência, segundo levantamento divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). Para 2026, a despesa prevista é de R$ 133 bilhões, refletindo o aumento esperado na quantidade de beneficiários.

Impacto do envelhecimento e fatores estruturais na projeção do BPC

Atualmente, mais de 6,7 milhões de brasileiros recebem o benefício, que garante um salário mínimo mensal a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência, sem necessidade de contribuição prévia à Previdência. Em 2026, o gasto com idosos deve chegar a R$ 54,7 bilhões, enquanto o de pessoas com deficiência será de R$ 78,6 bilhões. Até 2060, essas cifras devem subir para R$ 830,3 bilhões e R$ 655,7 bilhões, respectivamente, totalizando R$ 1,48 trilhões.

Crescimento no número de beneficiários

O número de idosos beneficiários deve quase triplicar, passando de 2,7 milhões para 7,9 milhões, enquanto o total de pessoas com deficiência deverá aumentar para 6,2 milhões, uma elevação de mais da metade. O aumento reflete o envelhecimento populacional, combinando com crescimento demográfico e fatores de vulnerabilidade, como informalidade no mercado de trabalho e pobreza extrema, segundo o MDS.

Situação fiscal e desafios futuros

De acordo com o relatório, as projeções consideram parâmetros demográficos e macroeconômicos, além do histórico do benefício, possibilitando estimativas de longo prazo até 2060, com base em informações do IBGE. “Os dados populacionais permitem a construção de estimativas que alcançam esse horizonte”, explica o documento técnico.

O aumento expressivo do BPC representa um peso crescente nas contas públicas, pois é um benefício assistencial, financiado integralmente pelo Tesouro Nacional, sem exigência de contribuição prévia. Além disso, o valor vinculado ao salário mínimo amplia o impacto sempre que há reajustes acima da inflação.

Demandas de planejamento

Em 2024, o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou que o governo elaborasse projeções de longo prazo sobre o BPC para melhor entender os gastos futuros e planejar o orçamento. Assim, o crescimento contínuo da despesa reforça a urgência de estratégias para sustentabilidade financeira do benefício.

Para mais detalhes, confira a reportagem no site do Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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