Ator Francisco Cuoco morre aos 91 anos

O ator Francisco Cuoco, um dos maiores galãs da televisão brasileira, célebre por protagonizar novelas como “Selva de Pedra” e “O Astro”, na TV Globo, morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos.

A informação foi confirmada pela família do ator, que o acompanhava em idas e vindas ao hospital nos últimos meses.

O ator estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, havia cerca de 20 dias, e estava sedado desde então. Ele sofria complicações de saúde causadas pela idade e por um ferimento que infeccionou, segundo sua irmã, Grácia, com quem morava, num apartamento, na zona sul de São Paulo. A causa da morte foi uma falência múltipla dos órgãos.

O velório do ator será nesta sexta-feira (20), na Funeral Home, no bairro da Bela Vista, e será aberto ao público, segundo comunicado da família, das 7h às 15h. O enterro ocorrerá às 16h, em cerimônia reservada à família e amigos.

Há dois meses, Cuoco afirmou que estava orgulhoso da própria trajetória. “Sei que não foi à toa. Foi baseado em empenho, em entrega, em busca de igualdade. Passaram-se anos e experiências foram acumuladas. Eu perdia tempo, mas depois obtinha resultado”. Agora, disse depois, queria mesmo era só “tocar o barco”.

Cuoco vinha levando a vida como podia. Se não no hospital, estava na sala de casa vendo televisão. Lembrava pouco dos próprios personagens —precisou de ajuda, por exemplo, para recordar os feitos do seu Herculano Quintanilha, da novela “O Astro”, de 1977, um dos vários papéis na TV que o ajudaram a consolidá-lo como um dos maiores de sua geração.

Cuoco não se destacou exatamente como um daqueles intérpretes virtuoses capazes de grandes transformações em cena. Ao contrário, construiu sua carismática identidade com uma galeria de personagens parecidos uns com os outros, sempre marcados pela voz grave e rouca, olhares sedutores, virilidade e um leve traço noir no jeito de falar.

O ator voltou a subir ao palco em “Circuncisão em Nova York”, em 2008, com texto de João Bethencourt. Depois, em 2009, ao lado de Fernanda Torres, fez “Deus é Química”. Em 2013, protagonizou “Uma Vida no Teatro”, com texto de David Mamet e direção de Alexandre Reinecke, espetáculo com rasgos de comicidade.

Ainda que com menos destaque, no cinema, nas últimas décadas, Cuoco fez “Traição”, de 1998, filme de José Henrique Fonseca e Arthur Fontes, “Gêmeas”, de 1999, de Andrucha Waddington, e “Um Anjo Trapalhão”, de 2000, de Alexande Boury e Marcelo Travesso, e “Cafundó”, de 2005, de Clóvis Bueno e Paulo Betti.

Em sua trajetória, também arriscou-se como cantor, gravando o disco romântico “Solead”, em 1975. Gravou ainda o CD “Paz Interior”, com 16 orações católicas.

Cuoco deixa três filhos, Rodrigo, Diogo e Tatiana, que mora em Londres e veio visitar o pai no hospital, mas quando ele já estava sem consciência.

Com informações da Folhapress

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