Paralisação no Congresso dificulta avanços do governo antes de 2026
O governo enfrenta uma forte paralisia no Congresso, típica de ano eleitoral, a 14 meses das eleições de outubro de 2026. A dificuldade na tramitação de propostas envolve desde projetos econômicos a questões de articulação política, refletindo o momento de instabilidade política e baixa popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Impasses na pauta econômica e dificuldades legislativas
Apesar de apresentar 25 prioridades, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não conseguiu aprovar nenhuma delas no Congresso até o momento. Entre os obstáculos principais estão o atraso na votação do Orçamento, sancionado apenas em abril, e as disputas relacionadas ao pagamento de emendas parlamentares, que somam R$ 50,2 bilhões para este ano.
Crise do IOF e resistência ao aumento de impostos
A crise mais visível é a do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja proposta de aumento gerou forte reação do Legislativo. Após reuniões de alinhamento com a cúpula do Congresso, Haddad revogou mudanças polêmicas no decreto e apresentou uma medida provisória com alterações na tributação de aplicações financeiras, como o fim da isenção das letras de crédito imobiliário (LCI) e agropecuário (LCA). Mesmo assim, a tramitação do projeto para sustar os efeitos do decreto foi aprovada com ampla maioria (346 votos a 97), sem previsão de votação do mérito.
Contexto político e influência da eleição antecipada
Especialistas e integrantes do governo indicam que o cenário de baixa popularidade de Lula e o avanço do espaço político de Hugo Motta, presidente da Câmara, reforçam a antecipação do debate eleitoral. A avaliação é que a articulação política sofre com dificuldades de diálogo e que o governo terá que atuar no “varejo”, abrindo mão de medidas mais estruturantes.
Impacto na agenda legislativa e estratégias do governo
Projetos como a ampliação da isenção do Imposto de Renda a R$ 5 mil e a MP do crédito consignado estão parados, refletindo o pouco avanço no Congresso. O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o início de ano atípico, agravado pelos atrasos na votação do Orçamento, limita as ações do governo, que atua de forma mais restrita diante da resistência política.
Perspectivas e próximos passos
Após a derrota na votação da urgência para o projeto que derruba o decreto do IOF, o governo busca reduzir conflitos e consolidar pontos de consenso no Congresso. A estratégia inclui o adiamento de temas polêmicos e o entendimento de que, diante do cenário, será necessário “vender” projetos no varejo, como recomendam analistas políticos.
O acompanhamento da situação indica que o avanço das reformas e medidas econômicas dependerá bastante do clima eleitoral e da capacidade do governo de negociar com partidos que, cada vez mais, pairam sob a influência do debate de reeleição e de seus próprios interesses políticos.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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