Índice de preços do mês de junho mostra desaceleração e expectativa de queda em julho

O coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, afirmou que o IPC-S de junho apresentou uma grande concentração de preços administrados em alta, como energia, plano de saúde, taxa de água e esgoto. Apesar disso, o índice desacelerou, impulsionado pela redução na variação dos preços de alimentos e pelo comportamento de outros grupos.

Fatores que impulsionaram a desaceleração do IPC-S em junho

Segundo Braz, a alimentação registrou o seu segundo recuo consecutivo de 0,19%, devolvendo parte do aumento recente. O maior responsável pela desaceleração foi o grupo Saúde e Cuidados Pessoais, cuja variação passou de 0,59% em maio para uma taxa negativa de 0,02% na quarta quadrissemana de junho. Ele destacou ainda que, em julho, há chances de o índice ser ainda mais baixo ou até registrar variação negativa.

Perspectivas para julho e fatores de influência

O especialista explicou que, em julho, não há previsão de preços administrados que impactem significativamente o índice. A energia deve manter-se na bandeira vermelha, mas sem alterações relevantes, enquanto a tarifa de água também deve ficar mais estável. O plano de saúde, por sua vez, continuará com reajustes menores que os do ano passado, contribuindo para a tendência de queda.

De acordo com Braz, esse cenário pode ampliar as chances de o IPC-S de julho apresentar uma taxa abaixo de 0,16%, possivelmente até em terreno negativo, o que é comum neste período do ano.

Importância do mês de julho na inflação anual

O economista destacou que julho é tradicionalmente o mês com as menores taxas de inflação do ano, devido a efeitos sazonais no grupo alimentação e à ausência de aumentos de preços administrados relevantes. Essa combinação cria espaço para que o índice seja ainda mais baixo nesta época.

Contudo, Braz alertou que, apesar do alívio no curto prazo, as projeções do IPCA indicam uma inflação anual de 5,2%, ainda acima do teto de 3%, e a inflação medida pelo IPC-S permanece 1,16 ponto percentual acima da meta de 4,5%. Assim, a pressão inflacionária continua sendo uma preocupação do mercado financeiro.

Impacto e riscos futuros

Embora a desaceleração de junho e as expectativas para julho indiquem uma melhora temporária, o economista reforçou que o cenário de inflação ainda é delicado e que esforços de política econômica serão necessários para alcançar a meta oficial.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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