Haddad alerta para possível abuso na recuperação judicial no Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado que o país registra um aumento expressivo no número de pedidos de recuperação judicial, indicando possíveis abusos por parte de alguns setores econômicos. Segundo ele, a análise mais aprofundada mostra casos em que esse mecanismo de proteção contra credores pode estar sendo utilizado de forma irregular.

Dados alarmantes sobre recuperação judicial no Brasil

De acordo com o Monitor RGF da Recuperação Judicial, o número de empresas que recorreram a esse recurso no segundo trimestre chegou a 4.965, marcando um recorde histórico. Apesar de São Paulo liderar em número absoluto, Estados como Goiás, Alagoas e Pernambuco destacam-se pela alta participação no total de processos, aponta o levantamento.

Demanda crescente e crise empresarial

Outra pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP), com dados da Serasa Experian, revela que em 2024 houve um aumento de 61,8% nos pedidos de recuperação judicial, atingindo 2.273 solicitações — o maior volume desde 2006. Esses números reforçam o quadro de crise enfrentado por diversas empresas no Brasil.

Recuperação judicial: definição e desafios

A recuperação judicial é um procedimento legal que possibilita a empresas em dificuldades negociar suas dívidas com credores, mantendo suas operações. Para isso, elas precisam apresentar um plano detalhado de reestruturação à Justiça, que define prioridades e critérios para quitação das dívidas, buscando evitar falências.

Setores sob maior atenção

Haddad destacou que, embora o mecanismo seja importante, há setores que, pelos números, parecem estar explorando o instrumento de maneira excessiva. Ele afirmou que a pasta está realizando estudos para identificar com mais precisão esses casos de abuso.

Impactos da taxa de juros na crise empresarial

O ministro também alertou que a elevada taxa básica de juros, de 15% ao ano — a maior desde 2006 —, atua como um entrave importante para a recuperação de empresas. Segundo ele, a alta das taxas dificulta o pagamento de dívidas junto aos bancos e agrava o quadro de dificuldades financeiras.

Perspectivas e próximos passos

Haddad explicou que o governo irá aprofundar as investigações sobre os casos de abuso na recuperação judicial e avaliar possíveis medidas de controle. A preocupação é evitar que o mecanismo, que deveria ser uma alternativa viável para empresas emergenciais, seja utilizado de forma indevida, prejudicando o mercado e os credores.

Para mais informações, leia a matéria completa aqui.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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