Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
A Gol anunciou nesta quinta-feira (25) que a companhia e as suas subsidiárias entraram com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Agências de risco estimam que a dívida da empresa é de R$ 20 bilhões.
De acordo com a Gol, a medida é tomada para fortalecer sua posição financeira. A companhia afirmou que todos os voos operam conforme o programado e todas as passagens aéreas e reservas permanecem em vigor.
A companhia aérea iniciou o processo americano, conhecido como chapter 11 —proteção contra falência nos EUA—, com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões.
Segundo a empresa, a operação será na modalidade DIP (do inglês debtor-in-possesion financing, ou “financiamento do devedor em posse”) e ajudará a ajustar as finanças.
Em entrevista coletiva, o presidente da Gol, Celso Ferrer, disse que os recursos “mudam completamente a condição do caixa da companhia”.
“É muito recente, acabamos de colocar isso nesse momento, é muito recente, muito cedo para falar o que exatamente vai ser negociado. O que eu posso falar é que nós queremos que a gente saia com a estrutura de capital correta”, afirmou.
Segundo Ferrer, as negociações estão evoluindo em diferentes estágios com seus 25 arrendadores de aeronaves, chamados de lessores.
“Temos algumas apoiando muito os pedidos da companhia para realinhamento do fluxo de caixa, devolução de algumas aeronaves, alguns nos apoiando muito”, disse.
Segundo ele, o processo de renovação de frota continua, e a companhia está recebendo nesta quinta-feira a 45ª aeronave Boeing 737 Max 8. A meta da empresa é alcançar 75 aviões Max 8 na frota no final de 2025, metade da frota total.
“Não há previsão de diminuição das operações que a Gol tem hoje. O processo de chapter 11 é justamente para proteger a companhia de qualquer ação que possa ser tomada pelos arrendadores de aeronaves, com quem a gente já vinha negociando. Ele dá o tempo e as condições para que essa negociação seja feita”, disse o executivo.
Ferrer disse ainda que não pretende reduzir as operações da empresa nem tamanho de frota, pessoal, número de bases, destinos ou rotas.
Em comunicado, antes da entrevista do CEO, a empresa afirmou que o financiamento está sujeito à aprovação judicial. A empresa esperar gerar caixa com as operações para ter liquidez “para apoiar as operações, que seguem normalmente, durante o processo de reestruturação financeira”.
Com informações da Reuters
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