EUA aprova megapacote de Trump que eleva dívida pública e corta programas sociais

Nesta quinta-feira (3), a Câmara dos Estados Unidos aprovou por 218 votos a 214 o megaprojeto fiscal e orçamentário do governo, que reforça cortes de impostos e reduz recursos de programas sociais. A proposta segue para a assinatura do presidente Donald Trump, após passar pelo Senado na semana anterior.

Impacto financeiro e debates

A proposta, intitulada “One Big Beautiful Bill”, estima-se que aumentará a dívida pública americana em cerca de US$ 3,3 trilhões (R$ 18 trilhões), segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO). A medida busca estender cortes de impostos de 2017, além de diminuir recursos para programas como o Medicaid e assistência alimentar.

Durante a votação, houve uma forte articulação dos republicanos para aprovar o projeto, que pretende ser sancionado até esta sexta-feira (4), dia da Independência dos EUA. Ainda assim, a proposta enfrentou resistência de democratas e de alguns deputados republicanos, com intensas negociações na fase final.

Pontos principais do projeto

Descontos fiscais e novos benefícios

O projeto prevê uma redução de impostos de aproximadamente US$ 4 trilhões, incluindo menor alíquota de Imposto de Renda, isenções temporárias para gorjetas e horas extras, além de incentivos fiscais às empresas para pesquisa e inovação.

Entre as mudanças, está a elevação de impostos sobre fundos universitários e a restrição de créditos para imigrantes sem green card, além de regras mais rígidas para o benefício do Medicaid, que visa pessoas de baixa renda.

Cortes em programas de saúde e energia limpa

O projeto propõe o fim de incentivos fiscais relacionados à energia limpa, promovidos pelo atual governo democrata de Joe Biden, incluindo o encerramento do crédito de US$ 7,5 mil para veículos elétricos até 2025. Também há redução de US$ 930 bilhões nos recursos destinados ao Medicaid e programas de nutrição, como o SNAP, que atende cerca de 42 milhões de pessoas.

No setor de saúde, as mudanças elevam as exigências de trabalho para acesso ao Medicaid, podendo excluir milhares de beneficiários e dificultar o acesso a planos de saúde ampliados pelo Obamacare.

Investimentos militares e controle de imigração

O pacote reserva US$ 150 bilhões para defesa, incluindo novas construções navais e o sistema de defesa espacial “Golden Dome”. Além disso, há uma destinação de US$ 175 bilhões para fortalecer a fronteira do país e ampliar a fiscalização contra imigração irregular.

Repercussões e críticas

Críticos afirmam que o projeto beneficia principalmente os mais ricos, ao passo que reduz recursos para educação, saúde e energia sustentável. A estimativa do CBO indica que a dívida dos EUA pode aumentar US$ 3,3 trilhões, além de elevar o limite de endividamento do país em US$ 5 trilhões, o que evitaria um calote neste verão.

Especialistas alertam que o aumento da dívida pode desacelerar o crescimento econômico e elevar os custos de empréstimos, além de transferir recursos dos jovens para os mais idosos. O projeto também foca na permanência de benefícios fiscais para elite, enquanto corta programas cruciais para as populações vulneráveis.

A votação, bastante apertada, mostrou o controle do partido de Trump na Câmara, com o vice-presidente Kamala Harris tendo que desempatar votos. Alguns deputados republicanos opositores, como Thom Tillis, Susan Collins e Rand Paul, votaram contra o pacote.

Esta aprovação marca uma etapa importante na agenda do governo, mas também aumenta a controvérsia sobre os rumos fiscais do país. A decisão final depende de Trump, que deve sancionar o texto nas próximas horas.

Para entender mais detalhes do projeto e suas implicações, confira a reportagem completa no G1 Mundo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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