Etanol e minerais estratégicos: pontos-chave na negociação Brasil e EUA

O Brasil e os Estados Unidos iniciaram negociações comerciais que incluem a possível redução de tarifas sobre o etanol anidro importado, além de temas relacionados à mineração de minerais estratégicos. O objetivo é facilitar o comércio bilateral, sobretudo na área de energia e recursos minerais essenciais para a transição energética.

Etanol importado: tarifas e negociações

Atualmente, o Brasil importa etanol anidro em momentos de alta demanda interna, quando a produção local não é suficiente para atender ao consumo. Os americanos reivindicam a redução da tarifa brasileira de 18%, considerada elevada, enquanto os EUA aplicam uma tributação de 2,5% sobre o etanol brasileiro. Segundo especialistas, é uma questão que pode ser resolvida facilmente, através de cotas de importação reguladas pelo Ministério do Comércio Exterior.

Leandro Barcelos, sócio da consultoria 7IBS, destaca que “o nosso etanol tem valor de produção mais baixo, é menos poluente e produzido a partir da cana-de-açúcar. A reclamação americana é justamente a tarifa elevada e uma possível solução seria a regulação de cotas menores para importação”.

Minerais estratégicos e a transição energética

Nos temas relacionados à mineração, os EUA buscam garantir o fornecimento de minerais críticos, como lítio, nióbio e terras raras, essenciais para a fabricação de baterias, turbinas e componentes eletrônicos utilizados na transição energética. A proposta inclui acordos específicos para aquisição desses minerais, promovendo maior segurança na cadeia de suprimentos.

Segundo um presidente de entidade setorial que negocia com autoridades brasileiras, há interesse americano em estabelecer um entendimento para um acordo setorial de minerais, semelhante ao que o Japão e os EUA firmaram em setembro, que prevê a não imposição de tarifas sobre minerais críticos.

Contexto e perspectivas futuras

Hoje, o Brasil cobra uma tarifa média de 15% na exportação de minerais utilizados na transição energética, uma barreira que poderia ser flexibilizada por meio de acordos comerciais. Ainda segundo especialistas, a meta de um entendimento mais amplo sobre minerais críticos é de médio prazo, pois os EUA ainda precisam competir com a China, maior investidora e principal consumidora desses recursos.

Embora as regras atuais permitam investimentos de empresas americanas no Brasil, a maior parte é feita por chinesas. Uma proposta em discussão é um acordo setorial para minerais, que pode incluir compromissos de não tarifação, semelhante ao tratado feito por Trump com o Japão.

Para saber mais detalhes sobre o avanço das negociações e suas implicações, acesse o artigo completo no Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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