Economia brasileira recua 0,3% em outubro com juros elevados
A economia brasileira recuou 0,3% em outubro em relação a setembro, segundo o Monitor do PIB divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Este é o segundo mês consecutivo de queda na atividade econômica, refletindo o impacto do patamar elevado da taxa de juros.
Juros altos freiam o crescimento
De acordo com a economista Juliana Trece, responsável pelo levantamento, a perda de fôlego na economia é “muito influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros”.
A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006, quando atingiu 15,25%.
A decisão do Banco Central de manter a Selic nesse nível busca conter a inflação, que voltou ao limite da meta oficial em novembro após 13 meses fora da faixa de tolerância (Fonte: Agência Brasil).
Juros elevados dificultam o acesso ao crédito e desestimulam investimentos, o que acaba freando a atividade econômica e limitando a geração de empregos e renda.
Comportamento do PIB e fatores internos
O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) varia quando avaliado pela demanda ou pela produção. Pela produção, as quedas na agropecuária e na indústria explicam a retração na atividade econômica. Já pela ótica da demanda, investimentos e gastos do governo contribuíram negativamente.
Na comparação trimestral, até outubro, o consumo das famílias cresceu 0,5%, impulsionado pelo consumo de serviços e bens semiduráveis, enquanto bens duráveis e não duráveis apresentaram resultados negativos.
As exportações tiveram alta de 8,9% nesse mesmo período, impulsionadas por produtos agropecuários e da indústria extrativa mineral, além de mostrarem trajetória crescente desde março de 2025.
Segundo o estudo, o PIB registrado até outubro soma aproximadamente R$ 10,530 trilhões, indicando expansão de 1% na comparação anual, considerando o período de 12 meses.
Resultado oficial e perspectivas
O IBGE divulgará o PIB do quarto trimestre de 2025 em 3 de março de 2026, mas outros indicadores como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado em 15 de dezembro, apontou recuo de 0,2% de setembro para outubro e crescimento de 2,5% em 12 meses (Fonte: Agência Brasil).
Esses dados de curto prazo ajudam a compreender o cenário de desaceleração, influenciado pelos juros elevados e por fatores de demanda e produção internos.
O desempenho da economia brasileira mostra sinais de fragilidade em outubro, mas com evolução positiva no acumulado do ano. As próximas semanas deverão indicar se o crescimento se consolidará ou se novas medidas serão necessárias para reverter a tendência.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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