Banco Central mantém juros em 15% ao ano para garantir estabilidade de preços

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quarta-feira (12) que a decisão de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano visa preservar a estabilidade de preços e é fundamentada em fatos e dados. A declaração ocorreu em evento em São Paulo, em meio às pressões de sindicatos e ao debate sobre uma potencial redução do juro, atualmente no maior nível em duas décadas.

Justificativa do isolamento da política monetária e projeções de inflação

Galípolo ressaltou que a inflação, embora esteja acima da meta em 2024 e siga assim em 2025, deve permanecer dessa forma até pelo menos 2026, de acordo com projeções do próprio Ministério da Fazenda. Para o próximo ano, a Secretaria de Política Econômica estima um IPCA de 3,5%, acima do centro da meta de 3%. “Estamos com juros em patamar restritivo porque a inflação ainda não está controlada”, afirmou o presidente do BC.

Ele também destacou que o Banco Central atua com base em dados e projeções futuras, já que as mudanças na taxa de juros levam de seis a 18 meses para impactar a economia. “Reações do mercado e da sociedade às decisões do BC dependem de fatos e números”, reforçou Galípolo.

Manutenção do juro e perspectivas

Na ata divulgada na terça-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a manutenção da taxa em 15% ao ano, mencionando que a inflação ainda apresenta pressão pela demanda e que o momento exige uma política contracionista. O mercado financeiro projeta que as reduções de juros possam começar em janeiro de 2026, conforme expectativas do período.

Critérios para ajuste da Selic

O BC define a taxa com base no sistema de metas de inflação, responsável por ajustar a Selic conforme as projeções. Desde o início de 2025, o objetivo central é de 3%, considerando um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Apesar disso, a inflação acumulada por seis meses até junho ficou acima dessa meta, levando o Banco a divulgar uma carta pública explicando os motivos da política atual.

Impactos e o cenário futuro

Segundo dados, as projeções de inflação para os próximos anos seguem acima do centro da meta, com expectativa de 4,55% em 2025, ainda acima de 4%. As ações do BC visam ancorar as expectativas e evitar desancoragens que possam dificultar o controle inflacionário.

“Política monetária é uma ferramenta que ajustamos com base em projeções de longo prazo, não na variação de curto prazo”, afirmou Galípolo. Ainda assim, ele garantiu que o BC continuará vigilante e comunicando suas decisões com base em fatos e dados concretos, sem se deixar influenciar por pressões externas.

Para mais detalhes, confira a matéria completa no Fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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