Bacellar critica prefeito do Rio em discurso como governador em exercício

Em sua primeira viagem oficial como governador em exercício, Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), aproveitou a ocasião para criticar abertamente o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD). Essa troca de farpas acontece em meio a um cenário político conturbado e é vista como um prenúncio das disputas eleitorais que se aproximam para 2026.

Cenário político conturbado

Bacellar assumiu interinamente o governo do estado devido a uma viagem do titular, Cláudio Castro (PL), e, durante suas palavras em cerimônias no interior fluminense, não poupou críticas ao prefeito carioca. Ao fazer sua declaração, Bacellar alegou que Paes está “deixando um rombo” nas finanças da prefeitura, referindo-se ao recente empréstimo de R$ 2,2 bilhões autorizado pela Câmara Municipal.

O governo do estado, sob a gestão de Castro, está sob um Regime de Recuperação Fiscal (RRF) desde 2017 e, atualmente, negocia sua adesão ao novo Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). O discurso de Bacellar, que não esconde seu objetivo de alavancar-se politicamente, foi feito durante a entrega de viaturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Teresópolis e Italva.

Críticas diretas a Eduardo Paes

Com um tom claramente eleitoral, Bacellar colocou a seguinte questão: “É muito fácil ser prefeito de cidade grande, como o do Rio de Janeiro, que já foi para o terceiro empréstimo. Aí é mole. Quebrar a prefeitura e deixar um rombo para que nos próximos anos a cidade sofra.” A declaração provocou reações nas redes sociais e entre os aliados de Paes, que já estão de olho nas eleições de 2026.

Além de criticar a gestão do prefeito, Bacellar também defendeu uma postura de transparência do governo estadual, garantindo que a população deve saber quando não há recursos suficientes para atender demandas específicas. A falta de clareza e os desafios financeiros enfrentados pelo estado foram temas centrais de seu discurso.

Clima de disputa interna e perspectivas eleitorais

Bacellar também se posicionou sobre a recente proposta de redução da tarifa de trem e metrô, que surgiu de um secretário estadual de Transportes que ambiciona uma candidatura ao governo. A medida gerou uma disputa interna acirrada, com aliados de Castro expressando preocupação com o impacto fiscal dela, especialmente em meio às negociações para o Propag. A tensão dentro do governo revela a rivalidade entre Bacellar e outros potenciais candidatos ao governo.

Ao mesmo tempo, com Castro planejando uma licença para viajar com a família, aliados de Bacellar começaram a pressioná-lo para que o espaço político fosse repassado a ele durante esse período, aumentando assim sua visibilidade como governador.

Eduardo Paes responde ao ataque de Bacellar

Até o momento, o prefeito Eduardo Paes não fez declarações públicas sobre as críticas de Bacellar. Embora Paes tenha negado que pretenda se candidatar a governador, a especulação continua intensa. Aliados e adversários preveem que seu nome surgirá nas urnas em 2026, especialmente diante do cenário de instabilidade e críticas que se intensificam.

A figura de Bacellar, ao se posicionar como um interlocutor traçando críticas contundentes ao adversário político, fortalece sua imagem como uma liderança emergente dentro do cenário político fluminense, enquanto se prepara para uma eventual corrida ao governo.

Por fim, essa contenda entre Bacellar e Paes não apenas destaca a rivalidade nas instâncias do governo, mas também indica os desafios e as perspectivas que o estado do Rio de Janeiro pode enfrentar nos próximos meses, à medida que se aproxima o cenário eleitoral de 2026.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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