B3 amplia acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais

Em um cenário de nove pedidos de fechamento de capital neste ano, incluindo empresas como Pan e Gol, a B3 anunciou hoje uma estratégia para ampliar o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais. A iniciativa busca facilitar a emissão de ações e títulos de dívidas, como debêntures, com regras mais flexíveis e menos burocracia.

B3 reforça estímulo às pequenas e médias empresas no mercado financeiro

De acordo com a bolsa, a nova regulamentação permite que essas companhias se tornem listadas sem precisar fazer ofertas imediatas, tendo um prazo de até 24 meses para lançar uma captação, com limite de R$ 300 milhões anuais. Essa medida, que entra em vigor em janeiro de 2026, tem como objetivo democratizar o acesso ao mercado e estimular o crescimento dessas empresas.

Conforme Flávia Mouta, diretora da B3, a iniciativa oferece uma nova oportunidade para investidores acessarem empresas em fase de crescimento. “É uma chance de o público investir em companhias que estão em ascendência, capturando parte do ritmo de crescimento dessas empresas”, afirmou.

Flexibilidade e redução de custos na emissão de ações e títulos de dívidas

As empresas poderão optar pela emissão de ações na “classe A” ou apenas por títulos de dívida na “classe B”. A expectativa da B3 é que, diante da alta da Taxa Selic — atualmente em 15% —, o mercado de renda fixa tenha maior atratividade, levando as empresas a preferirem esse tipo de emissão.

Fernando de Andrade Mota, superintendente na B3, ressaltou que o cenário de juros elevados deve impulsionar a maior busca por operações de renda fixa, apesar dos desafios econômicos atuais. “Estamos trabalhando para que essas operações prosperem, mesmo em um momento de juros altos e risco político”, afirmou.

Para empresas que desejam abrir capital via sistema Fácil, a regulamentação também será mais flexível, com obrigações regulatórias proporcionais ao porte da companhia — o que pode reduzir custos e simplificar processos, como a divulgação de informações financeiras.

Transformação na transparência e no mercado de ações para pequenas empresas

Segundo Rafael Erlinger, sócio do escritório Machado Meyer, as regras mais brandas na divulgação de informações visam diminuir o peso regulatório para essas empresas. “Ter menos informação não significa ter menor qualidade. A transparência é o primeiro critério de governança”, explicou.

O sistema deve permitir abertura de capital em um prazo entre cinco e doze dias, com sinalização no painel do homebroker por meio de códigos de duas ou três letras, facilitando a identificação das ações e títulos emitidos por companhias de menor porte.

Perspectivas e interesses do mercado

Executivos da B3 afirmam que há interesse de empresas de diferentes setores, como laboratórios de exames, entretenimento esportivo e até sociedades anônimas de futebol, em aproveitar o novo regime. Dialogagens já estão ocorrendo, mas detalhes ainda serão divulgados futuramente.

Segundo Flávia Mouta, a iniciativa visa criar uma escada progressiva de acesso ao mercado, permitindo que as companhias adquiram robustez antes de avançar para etapas maiores de captação.

Para mais informações, acesse a reportagem completa no site do O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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