Azul salta 10% na Bolsa após acordo com credores

A Azul vê as suas ações registrarem uma disparada, após a aérea anunciar nesta segunda-feira (28) que celebrou acordos com seus atuais detentores de títulos de dívida para recebimento de recursos adicionais. Às 10h20 (horário de Brasília) desta segunda, os ativos subiam 10,45%, a R$ 5,92.

O Bradesco BBI, em nota chamada “pontuação do jogo: Azul 2 X recuperação judicial 0” destacou antes da abertura já esperar uma reação positiva do mercado, pois os termos anunciados descartaram os procedimentos do Chapter 11 (espécie de recuperação judicial nos EUA). A recomendação do BBI é outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), mantendo preço-alvo de R$ 20,00.

A equipe de research do BTG, por sua vez, avalia o anúncio como positivo, pois reduz o risco de uma reestruturação de dívida mais ampla, potencialmente evitando um pedido de Chapter 11, bem como melhora a posição imediata de liquidez da empresa e concretiza o acordo previamente anunciado com arrendadores e montadoras.

O BTG manteve recomendação neutra para a ação e preço-alvo de R$ 17.

O acordo é para os atuais credores fornecerem até US$ 500 milhões em nova dívida com garantias prioritárias, sendo US$ 150 milhões fornecidos esta semana e US$ 250 milhões antes do final do ano, com potencial para desbloquear US$ 100 milhões adicionais.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que o acordo fortalece consideravelmente sua liquidez e posição financeira e cristaliza o acordo previamente anunciado com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para eliminar as obrigações de equity em troca de 100 milhões ações preferenciais da empresa.

A operação prevê acordos para melhorar o fluxo de caixa da Azul em mais de US$ 150 milhões, reduzindo certas obrigações com arrendadores e OEMs nos próximos 18 meses; esforço colaborativo para buscar melhorias adicionais no fluxo de caixa de aproximadamente US$ 100 milhões por ano; e possível conversão de até US$ 800 milhões de dívida existente com garantia secundária em ações, condicionada à melhoria de US$ 100 milhões mencionada acima, levando a uma redução adicional de juros ao ano de quase US$ 100 milhões.

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