Ibovespa fecha em alta com ajuda de bancos e recuo da curva de juros; Dólar cai
O Ibovespa fechou em alta de 0,71% nesta terça-feira (7), aos 119.268 pontos, em um dia marcado por um enfraquecimento considerável da curva de juros no mercado brasileiro e impulsionada pelo resultado do Itaú (ITUB4) e de ações de empresas voltadas para a economia interna.
O movimento de queda dos juros se dá, em parte, após a publicação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar de o documento ter reforçado o cenário de maior cautela com o fiscal, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar recentemente em alteração da meta de déficit para o próximo ano, ele não indicou uma mudança da estratégia do Banco Central brasileiro.
A sinalização, juntamente do recuo recente dos treasuries yields, após dados macroeconômicos nos Estados Unidos virem mais fracos do que o esperado, abriu espaço para uma queda das taxas por aqui – e para uma alta dos ativos de risco.
Os economistas da XP, Alexandre Maluf e Rodolfo Margato, apontaram que, de alta relevância, o Copom enfatizou que o ambiente global é adverso, em linha com o aumento das taxas de juros de longo prazo nos EUA, a persistência de núcleos de inflação acima da meta em muitos países e novas tensões geopolíticas.
Nesse sentido, o documento diz que o comitê discutiu os efeitos dos juros altos nos EUA “via diferencial de juros, prêmio a termo na curva de juros, demanda externa, câmbio, taxa neutra de juros, preço das commodities, entre outros”. A partir disso, o Copom “avalia que é apropriado adotar uma postura de maior cautela diante dos riscos envolvidos”.
No entanto, nos últimos dias, houve um alívio na dinâmica dos juros americanos, após o payroll de outubro vir mais fraco do que o esperado.
Hoje, os treasuries yields fecharam em queda. O para dez anos foi a 4,573%, com menos 8,9 pontos-base, e o para dois anos, a 4,913%. com menos 2,9 pontos. Já os índices americanos subira, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tendo altas de 0,17%, 0,28% e 0,90%.
“A perspectiva de uma pausa no ciclo de aumento de juros nos Estados Unidos tem contribuído para estimular o apetite dos investidores pelo risco, em busca de melhores retornos em moedas que oferecem prêmios mais atrativos”, diz Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio. “Nesta semana, teremos mais pronunciamentos de representantes do Federal Reserve (Fed), que podem fornecer pistas sobre a trajetória da política monetária e ajustar as expectativas. O destaque principal vai para o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, que fará discursos amanhã e quinta-feira”.
O recuo dos juros americanos enfraqueceram o dólar à vista frente ao real, com queda de 0,28%, a R$ 4,8735 na venda.
“O momento é favorável para o real, com a redução das expectativas de aumento de juros nos Estados Unidos”, fala Costa.
Além disso, internamente, uma visão mais otimista em relação à área fiscal contribuiu para a queda do dólar ante o real e para o fechamento da curva a termo. O jornal Folha de S.Paulo noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou o envio, ainda nesta semana, de mensagem ao Congresso para modificar a proposta da meta fiscal de 2024.
A Reuters confirmou a apuração com duas fontes a par das negociações. Segundo elas, o governo manterá, ao menos por enquanto, a busca pelo déficit zero para dar tempo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de negociar a aprovação de medidas que ampliam a arrecadação e tentar evitar uma mudança.
O discurso no governo é de que, depois de ser atropelado pela declaração inesperada de Lula de que dificilmente a meta de déficit zero será mantida, Haddad conseguiu retomar as rédeas do processo.
(Com informações da Reuters)
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