Braskem cobre acordo de R$ 1,2 bilhão para reparação em Alagoas

A Braskem anunciou nesta quarta-feira (11) um acordo que prevê o pagamento de R$ 1,2 bilhão em reparações por desastres ambientais em Alagoas, dividido em 10 parcelas anuais a partir de 2030. A negociação visa a resolução de dívidas relacionadas à tragédia na região, que vinha atrasando interesse por parte de investidores na venda da controlada. Segundo a empresa, o acordo garante a reparação integral de danos patrimoniais e extrapatrimoniais, incluindo a extinção de ação movida pelo estado.

Detalhes do acordo e impacto na venda da Braskem

Os executivos da Braskem explicaram que os R$ 18,1 bilhões provisionados para reparações já incluem R$ 13,6 bilhões pagos até o momento. O pagamento anunciado no acordo cobre toda a responsabilidade estadual, facilitando a saída da empresa do mercado brasileiro. Segundo fontes próximas às negociações, a solução definitiva ajuda a atrair novos interessados na venda da companhia, que está em processo desde 2019.

Participação acionária e negociações

A Novonor (antiga Odebrecht) detém 50,1% do capital votante da Braskem, enquanto a Petrobras possui 47%. O restante é de acionistas minoritários. Com o avanço do acordo na Justiça de Alagoas, as conversas entre a controladora Novonor e a gestora IG4 Capital ganharam ritmo. Essas negociações, inicialmente travadas por disputas sobre a gestão, agora caminham para a assinatura de termos finais, que serão submetidos ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O prazo estimado para a conclusão é próximo, nos próximos dias.

Negociações e perspectivas futuras

A IG4, que recebeu ações da Braskem como garantia após a recuperação judicial da Novonor, mantém conversa exclusiva com bancos credores — Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES — que também receberam garantias pelo processo. A participação da Novonor na companhia deve ser mantida em pequena fatia, gerida pela IG4, enquanto a Petrobras busca aumentar sua influência na gestão, sem aumentar sua participação acionária.

Felipe Jens, CFO da Braskem, afirmou durante teleconferência que as negociações entre os acionistas não envolvem a gestão da empresa. “Somos informados periodicamente sobre os avanços por escrito pela controladora, e nossa responsabilidade é manter o mercado informado”, declarou.

Foco na recuperação econômica e estratégias

Apesar do impasse, a gerência destacou que a companhia mantém seu programa de resiliência, centrado em geração de valor, aumento da liquidez e redução de despesas. A dívida líquida da Braskem em 30 de setembro de 2025 atingiu US$ 7,1 bilhões, com uma redução no prejuízo do terceiro trimestre, que foi de R$ 26 milhões, frente a perdas de R$ 592 milhões no mesmo período de 2024.

Sobre possíveis desinvestimentos, o executivo afirmou que não há nada em andamento, mas a reestruturação financeira e a monetização de ativos continuam sendo opções consideradas para a reorganização da estrutura de capital, alinhadas ao objetivo de maximizar o valor dos acionistas.

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Tags: Negócios, Petróleo e Petroquímica, Reorganização Empresarial, Mercado de Ações

Com informações do Jornal Diário do Povo

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