Brasil e EUA mantêm diálogo em Washington, focando em comércio e futura reunião bilateral
O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira que o encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, foi bastante produtivo e cordial. A reunião, que durou uma hora em Washington, teve foco em questões comerciais, com a intenção de avançar na normalização das relações econômicas entre os países.
Antes da reunião, diplomatas evitam temas polêmicos
De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, Vieira e Rubio evitaram falar sobre questões políticas sensíveis, como o julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump. O principal tema discutido foi o pedido do Brasil para que os EUA suspendam tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
Agenda bilateral e possibilidade de encontro entre Lula e Trump
Vieira reiterou a intenção de que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontrem em breve, em data e local a serem definidos. No encontro desta quinta, também foi discutida a perspectiva de uma reunião oficial entre as lideranças, dependendo da agenda dos presidentes.
Reunião com clima positivo e negociações futuras
O chanceler destacou que o diálogo foi “muito produtivo, num clima excelente de descontração e troca de ideias”. Ele afirmou que reforçou a posição do Brasil de que as medidas de Trump, que elevaram tarifas para produtos brasileiros, precisam ser revertidas. Segundo Vieira, há um objetivo comum de consolidar um processo negociador e abrir novos caminhos para as relações bilaterais.
Desenvolvimento de uma agenda de diálogo e próximos passos
Representantes de ambos os governos trabalham na montagem de uma agenda de reuniões futuras, com contatos diretos entre Vieira e Rubio nos próximos dias para monitorar o avanço das negociações. Além disso, ao final do encontro, os secretários de Estado, Marco Rubio, e de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, assinaram nota conjunta destacando que as conversas foram “muito positivas” em relação ao comércio e às questões bilaterais.
O principal item da pauta foi o fim das tarifas de até 50% às exportações brasileiras e às restrições impostas pelo governo americano a autoridades brasileiras. Apesar da resistência inicial, a flexibilização das tarifas contou com a pressão de setores econômicos brasileiros e de negociações diplomáticas, culminando em um acordo de diálogo entre os dois países.
Contexto e impacto na relação comercial
Trump entrou em vigor, em agosto, uma tarifa adicional de 40%, soma às anteriores de 10%, sobre produtos brasileiros, com algumas exceções que beneficiaram setores específicos, como aviões da Embraer e itens como suco de laranja e minério de ferro. Porém, itens essenciais à pauta brasileira, como café e carne, permanecem tarifados, o que pode afetar significativamente exportações futuras.
Em Nova York, após o encontro na ONU, Trump e Lula também conversaram brevemente, com ambos indicando interesse em fortalecer o diálogo. Trump condicionou negociações comerciais à suspensão de investigações e processos contra Bolsonaro, e ainda criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.
Segundo o ministro Vieira, as negociações continuam e há esperança de uma retomada mais firme das relações diplomáticas e comerciais, com futuras reuniões e possibilidades de avanços concretos até o final do ano.
Fonte: GLOBO
Com informações do Jornal Diário do Povo
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