Conflito em Israel tem efeito imediato sobre petróleo e gera dúvida sobre Fed

O conflito entre o Hamas a Israel, iniciado no último sábado (7), acrescentou um item a já extensa lista de focos de preocupação dos mercados globais. Com isso, os investidores monitoram desde o final de semana a escalada da tensão no Oriente Médio e avaliam os impactos de curto e de longo prazos, deixando de lado a violência do episódio e atendo-se à análise econômico-financeira.

O efeito imediato do conflito na região é a disparada nos preços do petróleo nesta segunda-feira (9). O barril dos tipos WTI e Brent (negociados nos Estados Unidos e no reino Unido, respectivamente) subia ao redor de 4% desde a primeira reação, ainda na madrugada do domingo (8), recuperando parte das perdas na semana passada e buscando reaver a marca de US$ 90.

“Na semana passada, o lado positivo do comportamento caótico dos mercados foi uma forte retração nos preços do petróleo, com o barril do Brent passando de mais de US$ 97 em um determinado momento para menos de US$ 85 ao final da sexta-feira. Agora parece que essa fresta de esperança pode ser passageira”, resumem os estrategistas do Rabobank, em relatório.

Isso porque o mundo está alerta com a possibilidade de o conflito em Israel ser prolongado. “Este não será um evento curto e Israel pode enfrentar meses de combate, que vai ficar mais intenso antes de a situação chegar ao equilíbrio”, afirmou David Weinberg, pesquisador sênior do Instituto Misgav, citado pela newsletter GZero, da Eurosia.

Assim, quanto mais prolongada for a piora do cenário geopolítico na região, mais sustentada tende a ser a alta dos preços do petróleo. E isso tende a criar um acúmulo de pressão inflacionária, desafiando a luta dos bancos centrais até aqui. “Se isso acontecer, todo o esforço do Federal Reserve para domar a inflação está sob perigo”, observou o economista André Perfeito, em comentário.

Impacto nos mercados
Ele explica que com o petróleo em alta, os rendimentos (yields) dos títulos dos EUA (Treasuries) devem alcançar novos patamares em anos o que, por sua vez, provoca efeitos negativos sobre os ativos de risco, em especial nas bolsas. “A preferência pela liquidez deve fazer ativos seguros, como o dólar, subir”, emenda.

Porém, o feriado nesta segunda-feira (9) nos EUA pelo Dia de Colombo mantém o mercado de bônus fechado, o que enxuga parte da liquidez. A ausência dos negócios com Treasuries reduz o ritmo da busca desenfreada por segurança ao menos nesta sessão, com os investidores optando por elevar a cautela ao invés de mostrarem nervosismo e aversão ao risco.

Ao mesmo tempo, porém, o avanço da commodity no exterior ajudava a sustentar as ações da Petrobras (PETR3, PETR4), amortecendo parte da queda do Ibovespa.

Da Redação
Com informações do investnews.com.br

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