Nova fase para moradia na Favela do Moinho em São Paulo
Após uma visita à Favela do Moinho, em São Paulo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, anunciou uma nova fase em um acordo firmado entre os governos federal e estadual para oferecer moradia digna aos moradores locais. A nova solução habitacional será revelada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (26).
A assinatura do acordo e seus desdobramentos
O ministro que conversou com moradores, frisou a importância desse acordo que permite a atualização das condições de vida na comunidade, marcada por problemas habitacionais. “Estamos agora em outra fase, que é a fase de implementação deste acordo e da solução do problema”, afirmou Macêdo.
Este acordo é um desdobramento de um esforço anterior em que, em abril, o governo estadual havia iniciado, com uso da força policial, um processo de remoção dos moradores sob a justificativa da criação de um parque e de uma nova estação de trem. Com a pressão e mobilização das comunidades, o governo federal atuou para impedir a remoção forçada e propôs um novo formato que garante a realocação em condições melhores.
Benefícios do acordo para as famílias
Conforme o acordo, cada família da Favela do Moinho terá direito a até R$ 250 mil para aquisição de uma residência. Desse total, o governo federal arcará com R$ 180 mil e o governo do estado com R$ 70 mil, dispensando qualquer necessidade de financiamento por parte dos moradores. Enquanto aguardam a mudança para suas novas moradias, as famílias têm direito a um aluguel social de R$ 1.200.
“O protagonismo é do governo federal. O governo do estado tem o cadastro dos imóveis no território que serão adquiridos e a tratativa será direta com os donos dessas residências, para que as famílias sejam alocadas com dignidade”, detalhou o ministro.
Depoimentos e realidades das famílias
Uma das moradoras da comunidade, que prefere não se identificar, compartilhou sua perspectiva sobre o acordo. Aos 64 anos, ela vive no local há mais de 30 anos e, com a ajuda do Bolsa Família, considera a possibilidade de ter uma moradia digna uma esperança. “Tem que ter calma, né, porque eu não vou sair assim para morar na rua. Eu queria uma moradia digna”, disse ela.
Preocupações e desafios dos comerciantes locais
Os comerciantes da Favela do Moinho também expressaram suas preocupações durante a reunião. Edenildo Laurentino da Silva, um comerciante com 10 anos de experiência na localidade, relatou a falta de informações sobre a indenização prometida pela prefeitura após o cadastramento dos negócios locais para eventual indenização. “O ideal seria eles pagarem a indenização justa para nós em dinheiro, porque precisamos procurar outro ponto certo”, argumentou.
“Estou aqui há 21 anos, tenho três filhos. Sair daqui vai ser um pouco difícil, não vai ser fácil porque aqui já tem uma estrutura. Brasileiro é guerreiro, ele vai lutar em qualquer lugar”, concluiu Edenildo.
Perspectivas futuras
A presidente da Associação de Moradores, Yasmin Moja Flores, que vive na Favela do Moinho desde o nascimento, destacou a relevância da reunião com o ministro. Ela expressou preocupação com a possibilidade de ações policiais continuadas na comunidade, enfatizando a importância de que todos os movimentos para a realocação dos residentes ocorram pacificamente. “Mas ficou bem claro que tudo vai ter que ser na paz, até que cada morador tenha sua casa”, afirmou.
Amanhã, no evento de anúncio da nova fase do programa habitacional na Favela do Moinho, espera-se que mais detalhes sejam esclarecidos e que os moradores tenham a chance de ouvir do presidente Lula o compromisso do governo com o futuro da comunidade.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ainda não confirmou presença no evento, mas as perspectivas são de que a atuação conjunta entre os governos pode trazer melhores condições de vida para os moradores da Favela do Moinho.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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