Conflito no Oriente Médio eleva risco de fechamento do Estreito de Ormuz

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, especialistas temem que a situação se amplie para o Irã, levando ao fechamento do Estreito de Ormuz, uma das principais rotas do petróleo mundial. A ameaça já se reflete na alta do preço do petróleo, uma vez que entre 20% e 30% do óleo produzido globalmente passa por essa região estratégica, incluindo quase toda a exportação saudita.

Risco de fechamento e impacto no mercado de petróleo

O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, embora precise passar pela avaliação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei para entrar em vigor. A mera possibilidade de fechamento já provocou aumento de até 5,7% no preço do barril de petróleo nesta semana, reforçando a vulnerabilidade da oferta global de petróleo ao conflito na região.

Especialistas alertam que a interrupção do fluxo pelo estreito afetaria a oferta mundial, levando a uma disparada nos preços e potencialmente causando instabilidades econômicas de grande escala, inclusive no Brasil, que depende significativamente do petróleo importado.

Alterações no cenário político-militar

Recentemente, o conflito ganhou nova dimensão com a entrada dos Estados Unidos na crise, tentando equilibrar as ações para evitar uma guerra mais ampla. Após ataques às instalações do Irã, o vice-presidente americano, J.D. Vance, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmaram que o foco dos EUA é desmantelar o programa nuclear iraniano, não promover uma mudança de regime.

No entanto, o presidente Donald Trump sinalizou que uma mudança de regime ainda é uma possibilidade, o que aumenta a incerteza no mercado internacional. Enquanto isso, o Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz como resposta, colocando o mundo em tensão máxima.

Repercussões econômicas globais

A preocupação com o fechamento do estreito fez com que o dólar subisse e as bolsas globais apresentassem volatilidade. Nos Estados Unidos, o impacto inflacionário do aumento do petróleo pode levar a uma mudança na política de juros do Federal Reserve, que manteve a taxa de juros na última sessão, mas monitora de perto os desdobramentos.

No Brasil, a alta do petróleo tem impacto direto na inflação e nos preços de combustíveis, mesmo com a recente redução do valor do barril. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que ainda não é momento de aumento de preços, mas a possibilidade de estabilidade sem mais quedas preocupa o mercado.

Perspectivas e riscos futuros

O momento é de grande incerteza, com sinais de que o conflito pode escalar e afetar de forma significativa a economia mundial. O Boletim Focus indica que, embora haja uma expectativa de nova queda na inflação, essa perspectiva pode ser interrompida pela escalada do conflito no Oriente Médio, com reflexos nos preços e nas políticas econômicas internacionais.

Especialistas destacam que, diante dessa conjuntura imprevisível, a esperança é que o conflito não se amplie. Contudo, os riscos de um cenário mais severo permanecem altos, e o mercado mundial acompanha de perto cada movimento na região.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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