Coronel da reserva afirma acesso à delação premiada de Cid

O ambiente político brasileiro está mais uma vez em ebulição após a revelação feita pelo coronel da reserva Flávio Peregrino. Em uma mensagem de texto que ganhou destaque nos últimos dias, Peregrino, ex-assessor do ex-ministro Walter Braga Netto, alegou ter tido acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid enquanto a mesma ainda era mantida em sigilo. Essa afirmação surge em meio a investigações sobre os acontecimentos de 8 de janeiro, quando ocorreram tentativas de golpe no Brasil.

Mensagens e investigações da Polícia Federal

A mensagem em questão foi revelada pela Polícia Federal (PF) em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira. O dispositivo móvel de Peregrino foi apreendido em dezembro de 2023, no mesmo dia em que o ex-ministro Braga Netto foi preso preventivamente. A PF relacionou a conversa entre Peregrino e um interlocutor, cujo nome permanece em sigilo, ao relatório final da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Esse documento indicou que tanto Peregrino quanto Braga Netto tiveram acesso à delação de Cid.

A implicação da delação de Cid

No diálogo ocorrido em 26 de novembro de 2024, data da divulgação do relatório, Peregrino enfatiza que durante o período da campanha eleitoral, quando Braga Netto se lançou como candidato a vice na chapa para reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele recebeu uma série de documentos. O coronel acredita que a delação de Cid foi analisada para facilitar a defesa de Braga Netto em caso de convocação por parte das comissões parlamentares de inquérito (CPIs).

Peregrino destaca em sua mensagem: “Eu, como assessor na campanha, recebi muitos documentos que circulavam por diferentes pessoas e eram entregues como sugestão para as autoridades, no caso, o General como vice. No caso da delação especificamente, acredito que alguém teve acesso e já me passou as informações.” A acusação ganha contornos ainda mais sérios ao se considerar o contexto em que ocorreu, com a investigação acerca dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, que resultaram em diversas complexas apurações políticas e jurídicas no Brasil.

As repercussões políticas da declaração

A declaração de Peregrino não apenas lança uma nova luz sobre as investigações em curso, mas também levanta questões sérias sobre a ética política, o uso de informações sigilosas e a vulnerabilidade de figuras políticas de destaque. A alegação de que um assessor pode ter acessado informações que deveriam ser confidenciais sugere que a politicagem no Brasil envolve um emaranhado de relações de poder e informações que, em muitos casos, não estão aos olhos do público.

À medida que novos detalhes vêm à tona, a expectativa é de que as instituições envolvidas, como a PF e o STF, aprofundem as investigações. A sociedade brasileira segue atenta a essas movimentações, uma vez que elas podem influenciar não só o futuro político de figuras como Braga Netto, mas também a integridade do sistema democrático no país.

Num cenário político fragilizado e dividido, é fundamental que tais acusações sejam discutidas abertamente, garantindo que verdade e transparência prevaleçam, para que o povo tenha acesso a informações claras e precisas sobre os acontecimentos que moldam o Brasil contemporâneo.

A expectativa agora é sobre os desdobramentos desse novo capítulo nas investigações sobre os eventos de 8 de janeiro, numa nação ainda se recuperando das tensões políticas e sociais que marcaram os últimos anos.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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