Braga Netto solicita acareação com Mauro Cid ao STF
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro, requereu nesta segunda-feira (16) ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) uma acareação com o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República. Esta solicitação surge em meio a uma investigação que envolve denúncias de um plano para “neutralizar” Moraes, com a participação de autoridades militares e civis.
A defesa de Braga Netto e as acusações de Mauro Cid
No depoimento prestado ao STF na semana passada, Braga Netto contestou as acusações feitas por Mauro Cid, que afirmara que o general teria recebido uma caixa de vinho com dinheiro, supostamente destinada a um major supostamente ligado ao mencionado plano. Braga Netto argumentou que a quantia referida era, a seu ver, parte de gastos relacionados à campanha eleitoral.
A defesa do general levantou questões sobre duas divergências significativas nos depoimentos. A primeira refere-se a uma reunião ocorrida em 12 de novembro de 2022 na residência do ex-ministro, que teria discutido o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, ao qual estariam vinculados assassinatos de autoridades. A segunda questão é relacionada à entrega de dinheiro a Cid, que teria a finalidade de financiar ações de “neutralização” dos alvos investigados.
O advogado de Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, ressaltou que é fundamental realizar essa acareação para a investigação adequada dos fatos, uma vez que Mauro Cid não apresentou provas que sustentem suas alegações contra o general nos pontos controversos levantados.
Pedido de suspensão da ação penal
Além da acareação com Mauro Cid, a defesa de Braga Netto solicitou que Moraes suspenda a ação penal que pode levar à condenação do general e do ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Essa suspensão seria até que fosse concluída a fase de coleta de provas em relação a outros envolvidos no contexto da trama golpista.
Os advogados de Braga Netto argumentam que as denúncias possuem “inegável interrelação” e pedem o compartilhamento das provas a serem produzidas nos outros processos, uma vez que as mensagens trocadas com Ailton Gonçalves Moraes, réu em outra investigação, são parte das acusações que pesam sobre o general.
A defesa também chamou as conversas citadas de “prints de conversas descontextualizadas”, sugerindo que as interpretações que lhes são atribuídas não refletem a realidade dos diálogos.
Necessidade de mais tempo para análise das provas
Caso Moraes opte por não suspender a ação penal, os advogados de Braga Netto solicitaram um prazo mínimo de 30 dias para que possam analisar as provas geradas ao longo da investigação. A argumentação inclui a complexidade técnica dos dados disponibilizados pela Polícia Federal e a dificuldade para manusear o conteúdo, e a defesa afirma que a comunicação com o general está comprometida uma vez que ele se encontra preso, o que agrava ainda mais a situação.
“Considerando a grande quantidade de material disponível, é importante destacar que o Gen. Braga Netto está preso, o que torna mais demorado e complicado o término das análises pela Defesa”, afirmou a defesa, reforçando a necessidade de um prazo apropriado para a compreensão e manuseio dos dados relevantes.
Enquanto a investigação avança, a atenção se volta para os desdobramentos dessa situação, que permanece no cerne do debate político e jurídico no Brasil. À medida que o STF e os demais envolvidos se deparam com um caso de tal magnitude, a importância da apuração da verdade e a busca pela justiça são fundamentais para a preservação da democracia e do Estado de Direito no país.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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