Copom deve manter a Selic em 14,75% na reunião desta semana

Nesta terça-feira, começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e a maioria do mercado acredita que o Banco Central deverá interromper o ciclo de alta de juros. Segundo levantamento do jornal Valor, com 126 instituições financeiras, 62% avaliam que a taxa será mantida em 14,75%, enquanto 38% defendem uma nova alta de 0,25 ponto percentual, levando a Selic a 15%. A decisão acontece em um momento de desaceleração inflacionária e alta já considerada restritiva na economia.

Perspectivas para a taxa Selic e cenário econômico

Para o analista, faz mais sentido manter a taxa em 14,75%, que já representa o maior nível desde o início do governo Lula. Caso suba para 15%, será o patamar mais elevado desde julho de 2006, quando a Selic chegou a 26%, iniciando então um ciclo de queda na economia. Atualmente, o contexto é diferente, com a inflação desacelerando e o Banco Central sinalizando que o ciclo de altas pode chegar ao fim.

Fatores econômicos e pressões externas

O principal motivo para a expectativa de estabilidade é a própria desaceleração da inflação. O IPCA divulgado na semana passada mostrou um número menor do que a previsão dos analistas, sinalizando uma tendência de queda, especialmente nos preços de alimentos. No entanto, o conflito entre Israel e Irã pode pressionar a inflação devido ao aumento do petróleo, impactando diversos produtos e custos no mercado brasileiro. Segundo especialistas, a guerra deve manter a pressão inflacionária, mesmo com a desaceleração interna.

Reflexos da alta de juros na economia brasileira

Com os juros em 14,75%, a economia já demonstrou sinais de desaceleração, como apontam indicadores do IBGE e a prévia do PIB divulgada pelo Banco Central. Essa taxa elevada tem efeito direto na restrição de crédito para consumidores e na elevação do custo da dívida pública da União. Assim, manter os juros ou elevá-los um pouco mais pode não trazer benefícios adicionais e gerar dificuldades na recuperação econômica.

Visão do mercado e atuação do Banco Central

O mercado financeiro, através do indicador Focus, mantém a previsão de que a Selic ficará em 14,75% nesta semana, com uma provável estabilização da taxa. A autoridade monetária deve continuar observando a inflação com perspectiva de que a trajetória de queda continue, mas de forma gradual, ao longo dos próximos 18 meses. Segundo analistas, não há motivos para elevar a taxa para 15%, pois o impacto da alta na economia se dá com atraso e já está refletido na restrição de crédito.

Fatores internos e externos influenciando a política monetária

O Banco Central permanece atento ao cenário fiscal e às condições externas. Como aponta o documento mais recente do Copom, uma política monetária restritiva por período prolongado é complexa e requer cautela. O cenário externo, especialmente a alta no preço do petróleo devido ao conflito no Oriente Médio, pode alterar a trajetória da inflação e, consequentemente, as decisões sobre os juros. A atuação do BC terá horizonte de 18 meses para atingir a meta de inflação.

Em síntese, a maioria dos analistas acredita que o Copom optará por manter a Selic em 14,75%, encerrando o ciclo de alta iniciado no ano passado, o que deve contribuir para uma combinação de contenção inflacionária e moderada recuperação econômica.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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