Washington Reis avança na batalha contra inelegibilidade

O cenário político do Rio de Janeiro pode estar prestes a sofrer uma reviravolta significativa, com o secretário estadual de Transportes e presidente estadual do MDB, Washington Reis, ganhando um novo impulso para tentar reverter sua inelegibilidade. Este obstáculo, que o prejudicou em sua candidatura em 2022, ainda o impede de se movimentar rumo a 2026. Recentemente, Reis recebeu um despacho do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode abrir novas possibilidades para o político.

O despacho do STF e suas implicações

O despacho de Gilmar Mendes não estipula um voto definitivo, mas oferece uma orientação importante para o relator do caso, Flávio Dino. Mendes sugeriu que Dino considerasse a possibilidade de um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR), conforme solicitado pela defesa de Reis. Caso esse acordo seja aceito, a condenação, que resultou na perda dos direitos políticos de Reis, poderia ser convertida em uma “reparação de dano ambiental”, viabilizando a reversão da inelegibilidade.

O ministro observou que o processo é “permeado por fortes controvérsias”, sinalizando que a situação de Reis não é simples. A finalização desse acordo pode demorar, já que ainda depende da aprovação da PGR e, consequentemente, do relator.

Reis e suas pretensões políticas

Apesar de ainda estar enfrentando um caminho complicado, o despacho de Gilmar Mendes é considerado um marco para Reis, que se posiciona como um forte candidato a um cargo no governo do estado ou até mesmo ao Senado. Sua trajetória política inclui um histórico como ex-prefeito de Duque de Caxias, o segundo maior colégio eleitoral do Rio. Esta nova perspectiva é vital, pois antes da decisão do STF, Reis era considerado “fora do baralho” devido à inelegibilidade.

Movimentações em Brasília

Nos últimos dias, Reis intensificou suas movimentações em Brasília, buscando apoio e soluções para sua situação. Para defendê-lo, o advogado e renomado criminalista Antônio Carlos de Almeida, conhecido como Kakay, está à frente do caso. Além disso, Reis tem recebido suporte de outros líderes políticos, incluindo o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).

Paisagem Política em Mudança

A figura de Reis pode desestabilizar o cenário político local. Eduardo Paes vê em Reis um candidato que poderia fortalecer a aliança em torno de sua candidatura ao governo, dado o perfil mais à direita de Reis, que pode vir a influenciar positivamente a disputa no Senado.

Por outro lado, essa movimentação pode acabar afetando a candidatura de Rodrigo Bacellar (União), que é visto como o candidato do bolsonarismo e vinha conquistando espaço com o apoio do governador Cláudio Castro (PL). Bacellar, que atualmente se encontra exercendo a função de governador devido a uma viagem de Castro aos EUA, pode ver sua posição ameaçada se Reis conseguir reverter sua situação legal.

A bagunça nas alianças políticas

Os desdobramentos da inelegibilidade de Reis têm o potencial de bagunçar o jogo nas alianças políticas do Rio, ao provocar uma nova dinâmica entre os candidatos. Reis é percebido como um ativo valioso para Paes, pois sua candidatura poderia trazer votos significativos na Baixada Fluminense. Por outro lado, sua candidatura pode criar um desafio inesperado para Bacellar, cuja campanha até agora estava tranquila.

Com as eleições de 2026 se aproximando, a situação de Reis se torna um ponto focal para observadores políticos e eleitores. A incerteza que envolve sua candidatura e as possíveis alianças destacam a volatilidade das campanhas eleitorais e as mudanças que podem surgir em um curto espaço de tempo. As próximas semanas, portanto, prometem ser decisivas para o futuro de Washington Reis e para a estrutura política do estado do Rio de Janeiro.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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