Vendas do programa carro sustentável crescem 26% em dois meses
Com dois meses do programa “Carro Sustentável” lançado pelo governo federal em julho, as vendas de veículos que atendem aos critérios de sustentabilidade cresceram 26% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No primeiro mês do programa, as vendas já tinham aumentado 11%, demonstrando forte impacto na demanda por carros ecologicamente corretos.
Impacto do programa nas vendas de veículos sustentáveis
De julho a agosto de 2024, foram vendidas 70,4 mil unidades de veículos considerados sustentáveis, contra 55,8 mil no mesmo período do ano anterior. O programa abrange modelos com motor 1.0, produzidos no Brasil, com emissões de CO2 de até 83 g/km, contemplando principalmente veículos compactos. A medida possibilita a isenção de IPI, que pode chegar a zero para os modelos que cumprirem todas as regras.
Principais beneficiados e participação das montadoras
As montadoras Stellantis, Hyundai, General Motors, Volkswagen e Renault participam do programa, que se estende até o final de 2026, coincidindo com a fase de reforma tributária que prevê a extinção do IPI. Segundo o presidente da Anfavea, Igor Calvet, a redução do imposto tem um efeito multiplicador no mercado, especialmente ao incentivar a retomada da demanda reprimida por veículos de entrada.
“O crescimento surpreendeu, já que até o final de julho eram 11%”, afirmou Calvet. Ele destacou ainda que houve forte adesão por parte do mercado devido à combinação de incentivos fiscais e descontos extras oferecidos pelas montadoras, embora estes tenham diminuído em agosto.
Dados de produção e exportação
Em agosto, a indústria brasileira produziu 247 mil veículos, um aumento de 3% em relação a julho. No entanto, as vendas internas recuaram 7,3%, totalizando 225,4 mil unidades. Na comparação com agosto do ano passado, a produção caiu 4,8%, enquanto os emplacamentos tiveram uma redução de 5,1%. No acumulado de janeiro a agosto, a produção totalizou 1,74 milhão de veículos, com uma alta de 6% em relação ao mesmo período de 2024.
Calvet também destacou o saldo positivo das exportações, que atingiram o melhor desempenho desde junho de 2018, impulsionadas pela ampliação da participação da Argentina, que passou de 36% para 59%. Em agosto, foram vendidos ao exterior 57,1 mil veículos, representando uma alta de 19,3% em relação a julho e de 49,3% sobre agosto de 2023. O total de exportações no ano até agosto chega a 313,3 mil unidades, um aumento de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Desafios do mercado e perspectivas futuras
Apesar do crescimento na produção e exportação, Calvet mostrou preocupação com a baixa nas vendas no varejo, especialmente devido à elevada taxa de juros. A taxa básica de juros, a Selic, deve permanecer em 15%, conforme sinalizado pelo Banco Central, levando o financiamento de veículos a taxas próximas de 27%. Essa situação impede um aumento mais acelerado nas vendas de veículos de maior valor, como caminhões pesados, cuja demanda também caiu devido aos juros altos.
“Temos uma economia crescendo e safra recorde neste ano, mas o mercado de caminhões pesados não está deslanchando por causa da taxa de juros”, afirmou Calvet. Ele reforçou que a alta nas exportações ajuda a manter a produção aquecida, mas que o cenário de juros elevados representa um desafio para o setor.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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