Últimas moedas de um centavo dos EUA são leiloadas por US$ 16,7 milhões

As últimas moedas de um centavo cunhadas pelas Casas da Moeda dos Estados Unidos foram vendidas por US$ 16,7 milhões, aproximadamente R$ 90,4 milhões, em um leilão realizado na sexta-feira (12), na Califórnia. A venda, realizada pela Stack’s Bowers Galleries, reuniu colecionadores interessados nas peças consideradas as derradeiras de uma série histórica de moedas.

Leilão de moedas especiais de maior valor já feito pela Casa da Moeda dos EUA

Ao todo, foram arrematados 232 conjuntos, cada um com três moedas, totalizando US$ 16.744.500. Segundo a casa de leilões, trata-se do leilão de moedas especiais de maior valor já promovido pela Casa da Moeda Americana. O lote mais caro foi vendido por US$ 800 mil, incluindo o último conjunto cunhado e três matrizes de cunhagem canceladas usadas na produção.

As moedas trazem a marca da letra grega Ômega, símbolo de encerramento, e entre elas destaca-se um centavo de ouro 24 quilates (99,9%), cunhado em 2025 na Casa da Moeda da Filadélfia. As demais peças foram produzidas nas unidades de Filadélfia e Denver.

História das moedas americanas e impacto do fim do centavo

As moedas de um centavo dos Estados Unidos tiveram seu início em 1793, e a última cunhada em 12 de novembro deste ano, pelas mãos do tesoureiro Brandon Beach e da diretora interina da Casa da Moeda, Kristie McNally. McNally afirmou que a instituição estava “entusiasmada em compartilhar essa oportunidade com o público americano”.

O fim da produção do centavo está ligado a medidas de contenção de gastos públicos. Em fevereiro, uma postagem no Truth Social destacou que a fabricação de moedas de um centavo custava mais de dois centavos por unidade. Especialistas alertam, porém, para efeitos colaterais, como o aumento na demanda por níquel, cujo custo de produção chega a cerca de 14 centavos por moeda, gerando prejuízos para o Tesouro.

Impactos históricos e culturais

Desde a primeira moeda fabricada em 1695, após Dom Pedro II criar a Casa da Moeda na Bahia, o Brasil trocou de padrão monetário oito vezes, incluindo mudanças significativas na história econômica do país. Nos Estados Unidos, moeda final de uma série histórica também marca o encerramento de uma era na numismática.

Segundo especialistas do setor, o valor do leilão reafirma o interesse crescente por moedas raras e a importância de coleções que representam marcos históricos. Os conjuntos foram vendidos por valores que variaram entre US$ 48 mil e uma média de US$ 72 mil, acompanhados de Certificados de Autenticidade numerados, conforme informado pela Stack’s Bowers.

O leilão inicialmente estava marcado para quinta-feira (11), mas foi adiado por conta do elevado interesse dos colecionadores. Brian Kendrella, presidente da Stack’s Bowers Galleries, ressaltou que as moedas “cativaram a imaginação do público” e despertaram entusiasmo inclusive entre especialistas em raridades numismáticas.

Perspectivas futuras e controvérsias

O fim do centavo nos EUA reforça o debate sobre políticas de redução de custos públicos, embora suscite preocupações sobre impactos econômicos secundários, como a possível ampliação no uso do níquel, cuja produção já gerou prejuízos de US$ 18 milhões ao Tesouro no último ano.

O leilão marca também um momento de reflexão sobre a história das moedas, desde os Réis brasileiros, utilizados até 1942, até o atual padrão do Real, criado em 1994. Cada etapa representa uma transformação econômica e cultural do país.

Para mais informações sobre o leilão e o valor das moedas, acesse o link original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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