UE deve votar na próxima semana sobre assinatura do acordo com o Mercosul
A União Europeia deve votar na próxima semana para decidir se assina o acordo comercial com o Mercosul até o final de 2024, segundo informou a Dinamarca, que preside o bloco atualmente. A decisão acontecerá ainda no início da semana que vem, após meses de negociações e debates internos envolvendo os países membros.
Negociações e obstáculos no acordo UE-Mercosul
O acordo, que é considerado o maior já negociado pela UE devido às amplas reduções tarifárias, foi fechado em dezembro do ano passado, após cerca de 25 anos de discussões. Ele envolve os países do Mercosul — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai — e visa ampliar o comércio e a cooperação econômica com a União Europeia.
No entanto, a ratificação enfrenta resistência de alguns países membros, especialmente França e Polônia, que manifestaram preocupações com o impacto do acordo na agricultura local. França, por exemplo, teme que o aumento das importações prejudique seus agricultores, principalmente em produtos como carne bovina, aves e açúcar.
Perspectivas e desafios na aprovação do acordo
A Comissão Europeia busca atualmente obter o aval dos Estados-membros para que a presidente Ursula von der Leyen possa viajar ao Brasil na expectativa de assinar o documento até 20 de dezembro. Uma autoridade da presidência dinamarquesa afirmou que “a votação do acordo com o Mercosul está planejada para a próxima semana, sem alterações”.
Para ser aprovado, o acordo necessita de uma maioria qualificada de 65% da população da UE, o que equivale a 15 países. Alemanha, Espanha e os países nórdicos apoiam a iniciativa, mas Polônia e possivelmente França e Itália podem votar contra ou se absterem, colocando a ratificação em risco.
Desde sua proposta inicial, o acordo passou por ajustes, incluindo mecanismos que permitem suspender o acesso de alguns produtos agrícolas, como carne e açúcar, em caso de desequilíbrios ou riscos para o mercado europeu.
Implicações econômicas e estratégicas
Defensores do acordo argumentam que ele é fundamental para a estratégia de diversificação da UE, que busca novos mercados e acesso a minerais essenciais, diante das tensões geopolíticas atuais, como tarifas elevadas nos Estados Unidos e restrições chinesas às exportações de chips e terras raras.
Especialistas destacam que a assinatura do acordo pode fortalecer a posição da UE na arena internacional e abrir novas oportunidades de negócios. Por outro lado, críticos alertam para os riscos de impacto ambiental e para o setor agrícola europeu.
Consequências de um eventual fracasso
Segundo diplomatas, se a votação não for favorável à assinatura do acordo na próxima semana, a proposta poderá ser definitivamente arquivada. “Se não assinarmos com o Mercosul nos próximos dias, ele estará morto. Isso pode impactar o perfil de atuação internacional da UE”, afirmou um representante europeu.
Por outro lado, uma rejeição poderá reforçar as preocupações de que a UE perca relevância no cenário global, diante de suas ambições de ampliar a influência econômica e política na América do Sul e além.
Para acompanhar as atualizações sobre o tema, confira a reportagem completa no G1.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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