Trump critica tarifas de 50% ao Brasil e fala em insatisfação com o governo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (5) que há forte insatisfação com o Brasil devido às tarifas de 50% aplicadas às exportações brasileiras. Segundo Trump, a medida reflete uma mudança radical no governo brasileiro, que estaria adotando posições consideradas radicais e prejudiciais às relações bilaterais.
Tarifas de 50% e impacto nas exportações brasileiras
As tarifas recíprocas, de 50%, representam uma soma de uma tarifa adicional de 40% — sob alegações de práticas comerciais desleais e julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — aos 10% já anunciados em abril. Aproximadamente 35,9% das exportações do Brasil para os EUA foram afetadas por essa medida, que entrou em vigor há um mês.
Embora 694 produtos possam usufruir de isenção dessas tarifas adicionais, incluindo aeronaves, minerais, químico e itens de energia, a maioria dos produtos brasileiros enfrenta aumentos de custos. Segundo dados do governo brasileiro, há uma diminuição de 18,5% nas exportações para os Estados Unidos em agosto, comparado ao mesmo período do ano passado, com uma perda de US$ 600 milhões em receitas.
Reação de Trump e postura internacional
O presidente americano não detalhou exatamente o que estaria motivando a imposição das tarifas, mas afirmou que “têm sido feitas mudanças radicalmente negativas por parte do Brasil.” Sua reclamação ocorre em meio a um cenário de tensões comerciais globais, enquanto Trump também tem pedido à Suprema Corte dos EUA que mantenha as tarifas globais, num movimento que pode influenciar o comércio internacional.
Recentemente, Trump solicitou uma revisão urgente de um caso judicial relacionado às tarifas, com argumentos para acelerar o processo. Essa nova ofensiva jurídica ocorre após uma decisão de um tribunal federal de apelações que questionou a legalidade de impor tarifas de importação em larga escala com base na lei de 1977, criada para emergências nacionais.
Outras ações e declarações do presidente americano
Além das tarifas, Trump aproveitou o momento para criticar o Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, após dados fracos de emprego, e também celebrou promessas de investimentos feitos por líderes de grandes empresas de tecnologia durante um jantar na Casa Branca.
Essas declarações reforçam o clima de tensão entre Washington e o Brasil, ao mesmo tempo em que sinalizam a estratégia de Trump de fortalecer sua posição nas negociações comerciais globais.
Perspectivas de futuro
Especialistas avaliam que a imposição das tarifas e a disputa judicial podem gerar efeitos duradouros na relação comercial entre Brasil e EUA. A expectativa é de que novas negociações e possíveis sanções façam parte do cenário nas próximas semanas, contribuindo para uma fase de incerteza econômica.
Até o momento, o governo brasileiro afirmou que continuará defensor de um comércio livre e justo e busca soluções diplomáticas para minimizar os impactos das tarifas. A situação permanece sob monitoramento, especialmente à luz das possíveis decisões judiciais que podem alterar o panorama atual.
Fonte: O Globo
Com informações do Jornal Diário do Povo
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