Três cortes de juros na Europa refletem mudança de política monetária
Após um período de flexibilização, bancos centrais na Europa começaram a reduzir suas taxas de juros nesta semana, em resposta às imprevisíveis políticas comerciais dos Estados Unidos e às condições econômicas internas, como inflação controlada e valorização da moeda. Essas decisões representam uma mudança significativa na condução da política monetária na região.
Cortes simultâneos de juros na Europa indicam nova postura
Nesta semana, o Banco Nacional Suíço (SNB) reduziu sua taxa de juros para zero, uma diminuição de 0,25 ponto percentual, após um movimento semelhante do Banco da Suécia — o Riksbank — na véspera. A Noruega, por sua vez, cortou sua taxa em mais um quarto de ponto, uma medida mais dramática e inesperada, que não havia sido prevista por economistas consultados pela Bloomberg. Esses cortes ocorrem em um momento em que a maioria dos bancos centrais globais mantém suas taxas inalteradas.
Contexto global de política monetária
Enquanto os bancos centrais dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Paquistão, Turquia e Chile mantiveram as taxas de juros inalteradas, os bancos da Europa adotaram uma postura mais acomodatícia. Está previsto que, até 9 de julho, pelo menos 18 instituições financeiras, que representam mais de 40% da economia mundial, tenham reuniões para decidir suas políticas.
O cenário contrasta com a postura de espera e manutenção de juros adotada por os EUA e outros países desenvolvidos, refletindo diferenças nas condições econômicas e inflação local.
Inflação controlada e moedas valorizadas impulsionam cortes
Os motivos para os cortes nos países escandinavos e na Suíça estão relacionados à baixa inflação. Na Suíça, a inflação ao consumidor caiu 0,1% em maio, e as projeções indicam que ficará em 0,2% neste ano, apoiadas pela valorização do franco suíço, considerado moeda de refúgio.
Na Noruega, após um pico de inflação no início do ano, os preços ao consumidor se desaceleraram, com a inflação em 2,8% no mês passado, menor do que o previsto. O banco central do país estima que a inflação deverá ficar em 2,2% em 2026, mantendo o cenário de uma política mais acomodativa.
Na Suécia, a recuperação econômica perdeu força, permitindo ao Riksbank flexibilizar sua política monetária. O presidente do banco, Erik Thedéen, apontou que mais estímulos podem ocorrer, assim como o presidente do Norges Bank, Ida Wolden Bache, sinalizou possibilidade de novos cortes no futuro.
Futuro da política monetária na Europa
Embora seja o primeiro corte na Noruega desde a pandemia, ela faz parte de uma série de mudanças que podem continuar. O presidente do SNB, Martin Schlegel, não descartou uma nova redução de juros, mesmo que isso leve a taxa suíça de volta ao território negativo. Todos esses movimentos indicam um cenário de maior flexibilidade na condução da política monetária na Europa, diante de riscos globais, como a disputa comercial e a crise internacional.
Com volatilidade nos mercados e incertezas geopoliticas, a expectativa é que os bancos centrais continuem monitorando de perto as condições econômicas para ajustar suas estratégias, buscando equilibrar crescimento e estabilidade financeira.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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