Tether lança oferta de compra da Juventus por € 1,1 bi
A Tether Holdings, reconhecida por sua stablecoin USDT, apresentou uma proposta totalmente em dinheiro para adquirir a participação de 65,4% da Juventus Football Club, avaliada em cerca de € 1,1 bilhão (US$ 1,3 bilhão). A oferta, feita à Exor, controlador do clube há mais de um século, sinaliza uma disputa entre o tradicionalismo familiar italiano e o universo do dinheiro digital, nesta sábado.
Oferta da Tether: valor e intenção
Segundo uma carta enviada à Exor e obtida pela Bloomberg, a proposta avalia a Juventus em € 2,66 por ação, proporcionando um prêmio de aproximadamente 21% em relação ao fechamento das ações na sexta-feira. A Tether também declarou que aportará mais € 1 bilhão para impulsionar o desenvolvimento do clube e se compromete a adquirir a participação remanescente de todos os acionistas por um preço “no mínimo igual” ao de sua oferta.
Paolo Ardoino, CEO da Tether, afirmou que a proposta tem caráter pessoal: “Para mim, a Juventus sempre fez parte da minha vida. Eu cresci com este time.” Apesar disso, as relações entre os acionistas têm sido tensas. A empresa, que desde fevereiro detém 11,5% do clube e é atualmente a segunda maior acionista, destaca que a aquisição do controle total é seu objetivo imediato.
Rejeição da Exor e o significado do clube para a família Agnelli
A Exor, veículo de investimentos da família Agnelli, rejeitou rapidamente a proposta, afirmando que não tem intenção de vender sua participação ou negociar com outros interessados. “A Juventus — nossa história, nossos valores — não está à venda”, declarou John Elkann, CEO da Exor, em um vídeo divulgado neste sábado. Ele reforçou que “a Juventus faz parte da minha família há 102 anos”, e que toda a história do clube é fundamental para os Agnelli, cuja presença na equipe é expressiva há mais de um século.
O executivo ressaltou que a Juventus representa mais do que um ativo financeiro para a família, sendo um símbolo ligado à identidade familiar. Assim, a proposta da Tether encontra forte resistência em um momento de reestruturação para os Agnelli, que avaliam desinvestimentos incluindo a possível venda do grupo de mídia Gedi Gruppo Editoriale.
Contexto atual do clube e perspectivas futuras
Enquanto isso, a Juventus enfrenta dificuldades esportivas e financeiras. Situada atualmente em sétimo lugar na Série A, o clube corre risco de ficar fora das competições europeias, o que ameaça receitas de transmissão e negócios. Além da má fase esportiva, a equipe sofreu penalizações, como a perda de 10 pontos em 2023 devido a investigações sobre transferências de jogadores. As ações da Juventus caíram 27% neste ano.
Para a Tether, a ofensiva representa uma aposta na inovação, com o argumento de que há valor imediato na mesa, enquanto a Exor prioriza a tradição e os laços históricos com o clube. A disputa revela uma reflexão maior sobre os valores de longo prazo versus oportunidades de mercado, numa conjuntura onde o setor de criptomoedas busca expandir sua presença na economia real.
A proposta da Tether ainda aguarda resposta oficial, enquanto a relação entre os acionistas permanece tensa. Segundo Ardoino, a comunicação entre as partes tem sido limitada, sinalizando um momento de incerteza para o futuro do clube e de seu controle acionário. Para mais detalhes, acesse o site do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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