Taxa de desemprego permanece em 5,6% pelo terceiro mês consecutivo
A taxa de desemprego no Brasil se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, ficando estável pelo terceiro mês seguido, conforme divulgado pelo IBGE ontem. O índice, que veio acima das expectativas de analistas de mercado, indica os primeiros sinais de desaceleração no ritmo do mercado de trabalho, com setores como comércio e indústria cortando vagas.
Desempenho do mercado de trabalho e indicadores econômicos
Nos três meses anteriores, até junho, a taxa de desocupação estava em 5,8%. Apesar da estabilidade, o rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 3.507, o maior desde o início da série histórica, iniciada em 2012, indicando que o mercado ainda permanece aquecido, mesmo com sinais de desaceleração.
Segundo analistas, essa combinação de estabilidade na taxa de desemprego e aumento na renda aponta para um mercado de trabalho resiliente, que deve influenciar a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano na próxima reunião do Copom, agendada para terça e quarta-feira da próxima semana.
Impacto na população ocupada e informalidade
A população desocupada caiu para o menor número registrado até hoje, 6,045 milhões, uma redução de 209 mil em relação ao trimestre encerrado em junho e 809 mil ao longo do último ano. Além disso, o número de empregados com carteira assinada atingiu 39,229 milhões, o maior da série histórica.
Especialistas afirmam que, mesmo com sinais de desaceleração, o mercado de trabalho permanece aquecido devido às mudanças estruturais, como a digitalização e o aumento do trabalho remoto, que reduziram a taxa de desemprego e ampliaram a contratação, especialmente de microempreendedores e trabalhadores por plataformas digitais.
Perspectivas e análises econômicas
O economista Rodolpho Tobler, do Ibre/FGV, explica que a estabilização dos indicadores reflete uma desaceleração natural após um período de forte impulso econômico puxado pelo setor agro e outros segmentos no primeiro semestre. Ainda assim, ele destaca que o cenário atual permite manter o otimismo, pois a taxa de desemprego, abaixo de 6%, é histórica para o Brasil.
Por sua vez, Cláudia Moreno, do C6 Bank, ressalta que a inflação de serviços mais controlada sugere uma redução no nível neutro da taxa de desemprego, enquanto a renda elevada deve continuar sustentando o consumo das famílias.
Projeções futuras e outros fatores relevantes
Estimativas indicam que a taxa de desemprego pode cair para 5,3% em dezembro, devido ao aumento temporário de contratações sazonais, como Black Friday e Natal. Na visão de economistas como Bruno Imaizumi, da 4intelligence, mudanças nas relações de trabalho, incluindo a reforma trabalhista, digitalização e o crescimento de plataformas digitais, contribuem para uma maior estabilidade no mercado mesmo com a desaceleração econômica.
Apesar da desaceleração na atividade, especialistas afirmam que a taxa de desemprego deve permanecer relativamente baixa nos próximos meses, pois essas transformações estruturais reduzem sua percepção como um problema grave para a economia brasileira. Além disso, o índice de subutilização da força de trabalho caiu para 13,9%, uma das menores da série histórica, embora ainda haja 15,8 milhões de pessoas nessa condição.
Para mais detalhes, confira o artigo completo na Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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