Tarifas dos EUA podem encarecer medicamentos no Brasil
Os medicamentos e produtos farmacêuticos são os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos neste ano, e uma eventual retaliação do país pode impactar os preços desses itens, incluindo medicamentos para doenças graves e raras.
Impacto das tarifas sobre produtos médicos
No ano passado, o Brasil importou quase US$ 10 bilhões em itens da área médica, como reagentes, aparelhos e instrumentos utilizados em hospitais, grande parte proveniente dos Estados Unidos. A possibilidade de uma retaliação brasileira às tarifas sobre produtos importados dos EUA preocupa o setor, que teme aumento nos custos.
Segundo Paulo Fraccaro, CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, uma resposta do Brasil pode elevar o preço desses produtos em aproximadamente 30%. “Se nós adotarmos a reciprocidade, esses produtos chegarão mais caros nas prateleiras, e o Brasil precisará buscar alternativas”, afirma.
Risco de aumento nos preços de medicamentos
O Brasil também importa medicamentos com patentes, especialmente para doenças raras ou com maior tecnologia, sendo os Estados Unidos um dos principais fornecedores. Caso haja uma guerra tarifária, esses medicamentos podem ficar ainda mais caros no país.
Nos primeiros seis meses deste ano, o país importou US$ 4,3 bilhões em medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos, uma alta de 10% em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte dessas compras vem da União Europeia (cerca de 60%), enquanto Alemanha e Estados Unidos representam aproximadamente 15% cada.
Soberania na produção farmacêutica e insumos
Embora a maior parte dos medicamentos genéricos seja produzida no Brasil, 95% dos insumos utilizados na fabricação desses remédios vêm da China. Para Norberto Prestes, presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), é fundamental investir na pesquisa e na produção nacional para aumentar a autonomia do setor.
“Temos a capacidade, temos pesquisadores brilhantes, que acabam indo para o exterior. Devíamos reter esses talentos e fortalecer nosso sistema para garantir mais soberania”, avalia Prestes.
Perspectivas e ações futuras
A discussão sobre possíveis medidas de retaliação e seus efeitos ainda está em fase de avaliação. Especialistas destacam a importância de fortalecer a cadeia produtiva nacional e diversificar fornecedores para reduzir vulnerabilidades frente a tensões comerciais internacionais.
Para mais detalhes, consulte o relatório completo da Agência Brasil.
Com informações do Jornal Diário do Povo
Share this content:
Publicar comentário