Tarifas de Trump fortalecem governos aliados e impactam popularidade
Após anunciar tarifas de até 50% contra Brasil, Estados Unidos têm visto um efeito colateral: o aumento da popularidade de governos aliados de Trump nações como Canadá, México, Reino Unido e França, além da União Europeia, ganham destaque e aprovação internacional, enquanto a imagem do presidente americano sofre reveses.
Efeito das tarifas na popularidade de governos aliados
Pesquisas apontam que as ameaças tarifárias de Trump, que frequentemente recuam, resultaram na elevação do apoio a líderes como a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, e ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer. No Canadá, o Partido Liberal manteve-se no poder após campanhas impulsionadas pela rejeição às ações de Trump, enquanto na França e na União Europeia, avaliações positivas para Macron e o bloco também cresceram.
Canadá e México: resistência e crescimento político
Canadá e México sofreram com tarifas de 25% sobre produtos, mas essas ameaças tiveram efeito imediato na política interna. No Canadá, pesquisas mostraram a preferência por partidos favoráveis à resistência às tarifas, levando as eleições de abril a uma vitória dos liberais, que agora reforçam sua maioria na Câmara. Note-se que, na fronteira, a campanha de boicote a produtos americanos ganhou força, inclusive com mudanças de nomes de estabelecimentos que usavam a expressão “americano”.
Já no México, a aprovação da presidente Claudia Sheinbaum atingiu 80% em fevereiro, impulsionada pelo sentimento de soberania e rejeição às pressões externas. Ela afirmou, em discurso na Cidade do México, que o país não poderia ser afetado por decisões de governos estrangeiros, reforçando o orgulho nacional.
Reino Unido e União Europeia: fortalecimento e ataques de Trump
No Reino Unido, a implementação de tarifas de 10% sobre produtos de aço, alumínio e automóveis foi acompanhada por um aumento de popularidade do primeiro-ministro Keir Starmer, que agora toca uma política de aproximação com os EUA e fechou um acordo comercial que reduz tarifas e estabelece cotas de exportação. Em contrapartida, Trump sugeriu a possibilidade de retaliações que poderiam afetar ainda mais as relações.
Na União Europeia, o aumento da confiança na unidade do bloco – com 52% dos europeus confiando na União na pesquisa mais favorável em 18 anos – mostra que as ameaças tarifárias fortaleceram a percepção de solidariedade entre os países do continente. Macron e Von der Leyen conseguiram reverter parte da crítica perante a postura de Trump, favorecendo a imagem do bloco.
Desafios e queda na aprovação de Trump
Enquanto os aliados reforçam suas posições, o próprio Trump enfrenta queda de popularidade. Pesquisas indicam que sua aprovação caiu acima de 50% no fim de junho, com a maioria dos norte-americanos preocupada com o aumento dos preços e a instabilidade econômica provocada pelas constantes ameaças de tarifas.
Segundo levantamento da Reuters, 57% dos americanos desaprovam o modo de Trump conduzir a política econômica, destacando que a inflação e o custo de vida estão entre as principais preocupações. As ações tarifárias são vistas como um erro por mais de 50% da população, que acredita que as medidas prejudicam o país.
Brasil sob impacto das provocações externas
No Brasil, a postura de Trump também repercutiu. A última pesquisa Quaest, de junho, mostrou que 57% desaprovam o governo de Lula, enquanto apenas 40% apoiam. Especialistas como Ian Bremmer afirmam que as tarifas de Trump ao Brasil podem ter uma motivação política contra Lula, potencialmente favorecendo o avanço do petista nas eleições presidenciais e prejudicando Bolsonaro.
Em resumo, as ações tarifárias de Trump mostram-se um efeito colateral de uma estratégia que, enquanto aumenta a aprovação de governos aliados, fragiliza a própria imagem do presidente americano perante sua população e o mercado internacional.
Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no G1 Mundo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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