Tarifaço de Trump ao Brasil entra em vigor nesta quarta-feira
As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, decretadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começam a valer nesta quarta-feira (6), impactando o cenário econômico do Brasil e as relações comerciais com os norte-americanos. O dólar abriu em alta de 0,39%, cotado a R$ 5,5280 às 9h, enquanto o Ibovespa registra otimismo moderado, com avanço semanal de 0,40%.
Impactos do tarifaço na economia brasileira
O Banco Central divulgou na ata do mais recente Comitê de Política Monetária (Copom) que o tarifaço dos Estados Unidos pode gerar “impactos setoriais relevantes” na economia brasileira. A autoridade monetária destacou a necessidade de manter uma postura de cautela diante das incertezas do cenário internacional, especialmente após a decisão do governo americano, que afirma representar uma ameaça à segurança nacional, à política externa e à economia do Brasil.
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), cerca de 10 mil empresas brasileiras exportam para os EUA e podem sofrer efeitos diretos do aumento tarifário. Essas companhias empregam aproximadamente 3,2 milhões de trabalhadores no país. Os setores mais afetados já avaliam prejuízos e buscam negociações junto ao governo brasileiro para minimizar os impactos econômicos.
Negociações e cenário político
Às vésperas do início do tarifaço, o governo brasileiro tenta estabelecer uma aproximação com os EUA. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem, após descumprimento de medidas cautelares, o que deixou o mercado em estado de atenção às possíveis repercussões na relação bilateral.
Trump, defensor de Bolsonaro, reiterou que o julgamento do ex-presidente é uma “caça às bruxas” e chegou a reforçar que os EUA consideraram o Brasil como alvo de uma das maiores taxas tarifárias. A Casa Branca justificou a tarifa de 50% como uma resposta a ações brasileiras que, segundo os norte-americanos, ameaçam a segurança dos EUA.
Em resposta às medidas, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou que o Brasil entre com uma consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC), visando contestar oficialmente o tarifaço. “O presidente Lula decidirá o momento de formalizar a ação na OMC”, declarou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Influência de fatores internacionais e perspectivas
O mercado financeiro acompanha atentos também os indicadores de atividade econômica dos Estados Unidos e do Brasil, que serão divulgados ao longo do dia. Analistas destacam que os efeitos das tarifas ainda dependem de desdobramentos nas negociações, além da possível influência da prisão de Bolsonaro na política externa do país.
O cenário externo reforça a incerteza, levando o Copom a sinalizar maior cautela na condução da política monetária. Assim, o dólar acumula na semana uma alta de 0,69% e o dólar no ano, uma queda de 10,90%. Já o Ibovespa, apesar do avanço nesta semana, registra um acréscimo de 10,55% no acumulado do ano.
Próximos passos e avaliação do mercado
O governo federal anunciou que irá decidir, nos próximos dias, sobre a estratégia de resposta à medida tarifária. A expectativa é que a ação formal na OMC seja encaminhada após a análise final do presidente Lula. Especialistas avaliam que o desfecho dessa disputa poderá influenciar significativamente o comércio exterior brasileiro.
Enquanto isso, investidores continuam atentos às declarações de lideranças internacionais e às negociações em curso, que podem definir um caminho para a diminuição dos impactos econômicos provocados pela medida de Trump.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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