Sobretaxa dos EUA impacta setor agropecuário brasileiro
A semana foi marcada pela implementação de uma sobretaxa de até 50% em produtos brasileiros nos Estados Unidos, uma medida articulada por Eduardo Bolsonaro e que afeta principalmente o setor agropecuário. Quase um terço das exportações brasileiras para o mercado americano são de produtos agro, mas somente 6% deles entraram na lista de isenções divulgada pelo governo americano, o que implica um aumento de 40% na tarifa, além dos 10% já aplicados desde abril. A lista do Anexo I do decreto representa uma saída para 44,6% das exportações brasileiras para os EUA.
Impacto no setor agro e participação na pauta exportadora
Segundo a economista Verônica Lazarini Cardoso, da LCA Consultoria, o setor agro é o mais afetado pelo tarifaço. Dados levantados pela coluna indicam que 27% da pauta exportadora brasileira para os EUA corresponde a produtos agropecuários, sendo que apenas 6% estão isentados. Com isso, 21% dos produtos terão aumento de tarifa que pode chegar a 50%, incluindo café, carne bovina e açúcar, ressaltando o impacto direto para o agro brasileiro.
Outros setores e exceções na tarifação
Verônica destaca ainda que setores como combustíveis (19% da pauta), aeronaves (7%), minério e aço (18%) e máquinas e equipamentos (13%) apresentaram diferentes níveis de isenção ou sobretaxa. Enquanto combustíveis e aeronaves tiveram isenção total ou parcial, minério, aço e máquinas enfrentaram sobretaxas variando de 5% a 9%, com alguns itens isentos do excesso de 40% aplicados em agosto.
Perspectivas e desafios para o comércio brasileiro
De acordo com Carlos Frederico de Souza Coelho, professor de Relações Internacionais, o impacto no curto prazo é significativo mesmo para produtos como o café, que podem ser redirecionados a outros mercados. Segundo ele, há custos adicionais devido ao desenvolvimento de novas cadeias logísticas, o que pode elevar os gastos das exportações brasileiras. Além disso, a reprogramação de contratos e busca por novos mercados representam desafios para o setor agropecuário brasileiro.
Reação diplomática e contexto global
Em entrevista, especialistas afirmam que essa medida afeta a economia americana de modo relevante, já que a demanda por produtos como café e outros itens de menor valor, como açaí produzido no Pará, tende a provocar resistência, podendo levar a uma reavaliação das relações comerciais. A demanda global por café, por exemplo, exige a busca por novos caminhos logísticos, o que, a curto prazo, prejudica todos os envolvidos.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no Globo. A medida revela os desafios diplomáticos e econômicos que se configuram em um cenário de tensões entre Brasil e EUA, marcada por interesses políticos e comerciais que ainda vão evoluir nas próximas semanas.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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