Serviços domiciliares crescem em resposta à escassez de profissionais

A dificuldade atual para contratar profissionais habilitados, como pintores, pedreiros, eletricistas e encanadores, impulsionou o crescimento do mercado de serviços domiciliares. Grandes varejistas e fabricantes estão investindo nesse nicho para oferecer soluções completas e fidelizar clientes.

Expansão dos serviços nas grandes redes e setor imobiliário

Na Leroy Merlin, a contratação de montadores de móveis e técnicos de diversas especialidades já representa 7% da receita. A meta é ampliar essa fatia para 12% em 2025, com uma rede de cerca de 4 mil prestadores parceiros que atendem a mais de 150 tipos de serviços, que vão desde instalação de ventilador de teto até reformas completas em imóveis.

Varejistas de móveis e eletrodomésticos reforçam suas ofertas de serviços

Outras redes, como Casas Bahia e Amoedo, também implementaram a venda de serviços como instalação de telas, impermeabilização de estofados e montagem de móveis. No primeiro trimestre de 2025, as buscas por esses atendimentos cresceram 13%, reforçando a importância dessa estratégia para gerar receitas adicionais.

Vantagens do atendimento estruturado para clientes

Segundo Rafael Rocha Costa, diretor de Serviços Financeiros da Casas Bahia, oferecer serviços vinculados à compra gera comodidade e segurança ao cliente, além de fortalecer a fidelização: “Nada mais cômodo do que serviços ligados ao produto, com garantia e respaldo.” A experiência de clientes como Eliane Maia, de 78 anos, comprova essa tendência: ela contratou pedreiros da Leroy Merlin para reformar sua cozinha e ficou satisfeita com a qualidade e segurança do serviço.

Mercado de serviços cresce também no setor de seguros e soluções completas

Nessa linha, empresas de seguros, como a Tokio Marine, ampliam ofertas de pacotes adicionais às apólices residenciais. Em 2024, a participação de serviços extras subiu de 15% para 30%. Magda Truvilhano, superintendente de Produtos da seguradora, explica que essa estratégia agrega valor ao produto e atende às demandas de clientes que buscam garantia e confiança, especialmente diante da escassez de profissionais qualificados.

Desafios no mercado de trabalho e a influência da gig economy

A escassez de mão de obra também afeta o setor da construção civil, que enfrenta dificuldades para recrutar profissionais tradicionais devido à concorrência da “economia dos bicos” ou gig economy, explicam especialistas. Bruno Imaizumi, economista, aponta que serviços de baixo valor remuneratório, como entregas por aplicativo, têm atraído profissionais que poderiam atuar na construção.

Capacitação e inovação fortalecem o mercado de prestação de serviços

Para contornar a falta de profissionais, empresas como Leroy Merlin, Porto Seguro e Coral investem em treinamento. A Leroy, por exemplo, realiza turmas em parceria com o Senai e Senac, preparando profissionais para atuar na instalação e manutenção de diferentes produtos. Já a Coral pretende ampliar sua plataforma digital de contratação, prometendo uma jornada toda on-line, incluindo pagamento e acompanhamento do serviço.

Perspectivas de crescimento e valor agregado ao cliente

De olho na expansão do mercado, empresas apostam em plataformas digitais e na oferta de assinaturas e pacotes, especialmente para condomínios. A Porto Serviço, por exemplo, planeja oferecer serviços com preços facilitados para moradores de residenciais, consolidando sua estratégia de fidelização. Essas ações reforçam a tendência de o mercado de serviços domiciliares se consolidar como uma solução prática, confiável e eficiente, mesmo diante dos desafios de mão de obra e referênciasem confiança.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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