Serra Pelada: resquícios do ouro e esperança de recuperação
Na região de Serra Pelada, no Pará, a antiga mina de ouro, que foi um símbolo da febre do metal na década de 1980, continua gerando esperança e inquietação. Apesar do fechamento oficial em 1992, a disputa por ouro e sonhos de riqueza permanecem vivos entre ex-garimpeiros, que acreditam ser possível uma nova fase de exploração, agora com atividades mecanizadas e turísticas.
O retorno dos garimpeiros e a história de Chico Osório
Francisco Osório, de 77 anos, cava ao lado de operários na terra onde construiu sua vida. Com o auxílio de muletas, ele acredita que a região ainda guarda ouro suficiente para uma nova exploração. “Está começando”, afirma Osório, mesmo ciente de que a atividade atualmente é proibida e alvo de ações das autoridades contra garimpos ilegais.
Antes, ele era responsável por encontrar mais de 1.000 quilos de ouro na mina, mas gastou tudo com bens materiais. Hoje, recebe apenas algumas gramas semanais, mas mantém a esperança de encontrar uma nova chance. Sua história é comum entre ex-garimpeiros que migraram para lá na esperança de enriquecer, atraídos pela fama da mina e pelo ouro que, acredita-se, ainda jaz sob o solo.
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O que restou da busca pelo ouro
Com a mina fechada há mais de três décadas, um lago cristalino ocupa o antigo local, cercado pela natureza exuberante. Ainda assim, o desejo de encontrar ouro continua vivo em muitos garimpeiros, como Francisco Osório. “Naquela época, era o tempo da vaca gorda, todo mundo feliz, porque tinha o sonho de enriquecer”, recorda Lucindo Ferreira, de 72 anos, que possui um arquivo de revistas e DVDs da época.
Ele lembra que muitos que conseguiram fortuna na mina tiveram vidas rápidas, gastando tudo e abandonando o estilo de vida agitado. Ainda assim, há quem aposte na reabertura do garimpo, com o uso de tecnologia moderna e uma regulamentação mais rígida, embora o projeto de uma mineradora canadense tenha sido suspenso em 2014 por questões legais.
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Perspectivas econômicas e turísticas
A expectativa é que a riqueza do ouro na região não seja totalmente esgotada, alimentando a esperança de uma nova atividade de mineração mecanizada. No entanto, há uma forte movimentação para transformar Serra Pelada em um destino turístico, atrair visitantes e gerar desenvolvimento sustentável.
De acordo com o Sebrae no Pará, o potencial do local para o turismo é alto, e a iniciativa visa promover os aspectos naturais da região. “Acreditamos que os pequenos negócios podem ser protagonistas do desenvolvimento sustentável da Amazônia e a transformação de Serra Pelada em destino turístico será a prova disso”, afirmou Rubens Magno, superintendente da entidade.
Enquanto isso, as gerações mais jovens buscam novas direções. Gabriel Vieira, de 19 anos, que criou uma produtora audiovisual para mostrar a outra face de Serra Pelada, acredita que a região pode evoluir para além do garimpo. “Os jovens querem fazer uma faculdade, querem um futuro diferente”, diz.
Conclusão e os novos rumos para Serra Pelada
O desejo de reconquistar a riqueza do passado ainda pulsa na história de Serra Pelada, que hoje congrega cerca de 6 mil habitantes. Entre a nostalgia dos antigos e o olhar para um futuro mais sustentável, o caminho parece apontar para a valorização das belezas naturais e a aposta no turismo. Mesmo com a impossibilidade de reabrir a mineração tradicional, a esperança de um novo ciclo de desenvolvimento permanece forte na região.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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