Saída líquida de R$ 15 bilhões na poupança em setembro indica tendência de retração

Os brasileiros sacaram R$ 15 bilhões líquidos na caderneta de poupança em setembro, conforme dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (8/10). No mês, os depósitos totalizaram R$ 356 bilhões, enquanto as retiradas somaram R$ 371 bilhões. Esta é a menor saída líquida negativa para setembro desde 2021, quando a poupança registrou uma retirada de R$ 35 bilhões.

Desempenho da poupança em 2025 e comparativo com anos anteriores

Em 2025, a poupança acumula uma saída líquida de R$ 78,4 bilhões, valor bastante superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando os saques superaram os depósitos em R$ 15 bilhões. No ano passado, a saída líquida foi de R$ 15,5 bilhões, com uma captação total de R$ 4,17 trilhões e saques de R$ 4,21 trilhões, chegando a ser o melhor resultado dos últimos quatro anos. Em 2020, uma captação positiva de mais de R$ 166 bilhões foi registrada.

Performance mensal da poupança em 2025

No decorrer do ano, os maiores saques ocorreram em janeiro, com R$ 26,2 bilhões, enquanto o maior depósito foi em junho, com entrada líquida de R$ 2,1 bilhões. Em setembro, os brasileiros retiraram R$ 15 bilhões. Veja o desempenho mês a mês:

• Janeiro: R$ 26,2 bilhões (saída)
• Fevereiro: R$ 8 bilhões (saída)
• Março: R$ 11,5 bilhões (saída)
• Abril: R$ 6,4 bilhões (saída)
• Maio: R$ 336,9 milhões (entrada)
• Junho: R$ 2,1 bilhões (entrada)
• Julho: R$ 6,2 bilhões (saída)
• Agosto: R$ 7,6 bilhões (saída)
• Setembro: R$ 15 bilhões (saída)

Contexto atual e rentabilidade da poupança

A rentabilidade da poupança é atualmente calculada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês, válida enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Com a taxa básica de juros atualmente em 15% ao ano, a estratégia de poupar ainda oferece certa atratividade, mas a preferência dos brasileiros vem mudando diante do cenário econômico com maior volatilidade.

Perspectivas e impactos

O recente recuo nas retiradas sinaliza uma possível retomada de confiança na caderneta de poupança, embora o saldo de saques continue elevado. Especialistas avaliam que mudanças na rentabilidade e na percepção de risco podem influenciar o comportamento dos investidores nos próximos meses. Mercado financeiro acompanha atentamente o cenário, considerando alternativas de investimento mais rentáveis.

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Com informações do Jornal Diário do Povo