Safra de grãos 2024/25 bate recorde com 350 milhões de toneladas
A safra de grãos do ciclo 2024/25 no Brasil deve alcançar 350,2 milhões de toneladas, segundo o 12º levantamento da Conab, divulgado nesta quinta-feira. O volume representa um aumento de 16,3% em relação à temporada anterior, marcando um recorde histórico para o setor agrícola nacional.
Principais fatores do crescimento da safra brasileira de grãos
O crescimento é atribuído ao aumento na área cultivada, que passou de 79,8 para 81,7 milhões de hectares, e às condições climáticas favoráveis, especialmente na região Centro-Oeste. A expansão de 1,9 milhão de hectares é um fator decisivo para o desempenho recorde do setor.
Alta na produção de soja e milho
A soja, principal grão cultivado no país, deve atingir 171,5 milhões de toneladas, um aumento de 13,3% em relação à safra anterior, com produtividade média de 3.621 kg/ha — a maior registrada pela Conab. Em Goiás, a produtividade chegou a 4.183 kg/ha, enquanto no Rio Grande do Sul, regiões com clima mais irregular, teve média de 2.342 kg/ha.
O milho, por sua vez, atingiu uma produção inédita de 139,7 milhões de toneladas, crescimento de 20,9%. A segunda safra do grão, responsável pela maior parte da produção, deve totalizar 112 milhões de toneladas, um aumento de 24,4%. Esses números reforçam o papel estratégico do Brasil no mercado mundial de alimentos.
Expansão de outras culturas e cenário regional
O algodão em pluma deve produzir cerca de 4,1 milhões de toneladas, alta de 9,7%, sustentada pela renovação de áreas cultivadas e clima favorável. O arroz, cuja colheita foi concluída, totalizou 12,8 milhões de toneladas, crescimento de 20,6%, principalmente no Rio Grande do Sul.
O feijão, apesar de uma leve queda de 3,9%, deve chegar a 3,1 milhões de toneladas, suficiente para garantir o abastecimento interno. Já o trigo, com retração de 4,5% devido à redução de 19,9% na área cultivada, deve atingir 7,5 milhões de toneladas.
Chuvas e condições climáticas
As chuvas de agosto tiveram maior volume no extremo norte, leste do Nordeste e Sul, enquanto o interior do Nordeste e o centro do país tiveram precipitações mais irregulares. A seca no Centro-Oeste favoreceu a maturação e a colheita do algodão e do milho de segunda safra. Recentes análises indicam um possível resfriamento do Pacífico Equatorial, sinal de que a formação do fenômeno La Niña pode ocorrer nos próximos meses, impactando o clima agrícola.
Perspectivas para exportações e estoques
De acordo com a Conab, a produção recorde de soja deve impulsionar as exportações, estimadas em 106,65 milhões de toneladas, além de ampliar o processamento interno, com previsão de 57 milhões de toneladas. Os estoques de passagem da soja podem chegar a 9,3 milhões de toneladas, enquanto o de milho deve alcançar 12,8 milhões de toneladas neste ciclo.
A análise reforça a solidez do agronegócio brasileiro, visto como um dos principais motores do crescimento econômico e da balança comercial do país. O aumento na produtividade e na área cultivada consolidam o Brasil como um dos maiores exportadores globais de alimentos.
Segundo o levantamento da Conab, a safra de grãos de 2024/25 representa uma grande oportunidade para o fortalecimento do setor agrícola brasileiro, impactando positivamente toda a economia nacional.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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