Safra de 2026 deve manter renda e emprego, diz especialista
Apesar das divergências entre o IBGE e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de grãos em 2026 deve ser bastante expressiva, garantindo o funcionamento do mercado de trabalho e a renda nas regiões agrícolas, segundo Felippe Serigati, professor da FGVAgro. O IBGE prevê uma redução de 3%, totalizando 335,7 milhões de toneladas, enquanto a Conab projeta uma colheita recorde de 354 milhões de toneladas.
Projeções e impactos econômicos da safra de 2026
Mesmo com a possibilidade de uma leve queda na produção, o setor agropecuário deve continuar produzindo resultados positivos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revisou sua estimativa para um crescimento de 8% a 8,5% no PIB do agro em 2025, com o Valor Bruto da Produção chegando a R$ 3,79 trilhões, o que representa 29,4% do PIB brasileiro — o maior em 22 anos.
Perspectivas para o cenário regional
As regiões em que o agro predomina devem apresentar bom desempenho na economia, com comércio varejista, setor de serviços e mercado imobiliário aquecidos. As taxas de desemprego no Centro-Oeste estão em níveis extremamente baixos, como 2,3% no Mato Grosso, indicando um mercado de trabalho ainda mais pleno que o comum, considerando o turnover de 5%.
Influências climáticas e produção futura
Serigati ressalta que as projeções estão sujeitas a fatores climáticos, sendo que o clima neutro esperado para a maior parte do primeiro semestre favorece a safra de inverno. Ainda sob efeito da La Niña, o cenário atual indica condições que podem prejudicar, especialmente, regiões como o Centro-Sul, incluindo São Paulo, onde as chuvas estão abaixo da média.
Representatividade do setor e desafios
O setor agro continuará sendo um motor econômico relevante, mesmo que o crescimento do PIB televisado para 2026 seja modesto, entre 1% e 2%. As melhorias na produção e renda ainda refletem um cenário-base bastante positivo, com muitos segmentos operando com margens apertadas, devido a custos elevados, como os fertilizantes, e problemas específicos, como os enfrentados pelos produtores de arroz, que têm preços abaixo do custo de produção.
Riscos e desafios para os produtores rurais
Apesar do bom volume de produção, muitos produtores enfrentam dificuldades financeiras. Devido aos custos elevados de fertilizantes e à queda do preço do arroz, alguns estão operando com prejuízo, o que demanda suporte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo Serigati, ainda que os números oficiais indiquem otimismo, é preciso compreender que nem todos os segmentos estão em situação confortável. A relação de troca, por exemplo, foi desfavorável na safra de verão, impactando a lucratividade dos produtores.
Considerações finais
Embora exista a possibilidade de uma leve contração de 1% na produção em 2026, a base de comparação e o cenário climático neutro sustentam uma perspectiva de continuidade no bom desempenho do agro brasileiro. Assim, o setor deve seguir sendo um importante elemento de estabilidade econômica e social nas regiões de atividade predominante.
Mais informações podem ser conferidas na análise detalhada de Miriam Leitão.
Tags: Agro, Safra 2026, Economia, PIB, Mercado de Trabalho
Com informações do Jornal Diário do Povo
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