Rubio perto de Lula e Trump revela a complexidade das relações EUA e Brasil
Durante o encontro na Malásia envolvendo os presidentes Lula e Trump, Marco Rubio esteve próximo ao centro das negociações, mas sua postura foi marcada por silêncio e sinais ambíguos. Nos nove minutos abertos à imprensa, o secretário de Estado dos EUA apareceu com expressão fechada, enquanto nos bastidores, as negociações econômicas e políticas entre Brasil e Estados Unidos intensificaram-se na tentativa de reavivar a relação bilateral.
Rubio e o cenário de negociações entre Brasil, EUA e China
Apesar da ausência de declarações fortes, Rubio já indicou que a relação com o Brasil vem passando por uma recalibragem. Segundo assessores brasileiros e americanos, sua proximidade com Trump ao lado de uma postura mais suave na diplomacia ajudou a suavizar a transição do clima de tensão, iniciado pelo tarifão de julho, para um diálogo mais voltado a interesses econômicos.
Entretanto, o entendimento entre os países ainda está sujeito a uma série de variáveis, incluindo o peso da competição global com a China. Na Malásia, Rubio destacou que os EUA poderiam ser o principal parceiro comercial do Brasil, em detrimento da China, uma afirmação que Lula não deixou passar sem responder com empatia, desejando apenas um aumento no comércio bilateral.
Risco de mudanças na postura diplomática dos EUA
A direção que a relação sino-americana pode tomar ainda é incerta, com diplomatas brasileiros alertando para possíveis alterações, tanto por fatores internos quanto externos. O protagonismo de Rubio na política externa norte-americana sob o comando de Trump mantém uma tensão latente, especialmente em relação ao domínio de Pequim nos recursos estratégicos, como minerais críticos, que já representam uma grande preocupação na agenda do governo brasileiro.
Competição comercial e oportunidade perdida
Durante a visita à Malásia, o governo brasileiro também enfrentou decepções, como o cancelamento do encontro entre Lula e o primeiro-ministro chinês Li Qiang, destinado a retomar as compras brasileiras de frango, paradas desde maio devido à gripe aviária. Segundo fontes oficiais, enquanto há avanços na relação com os EUA, há uma percepção de oportunidade perdida na relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil.
O impacto da disputa geopolítica na economia brasileira
A estratégia do Brasil de equilibrar interesses entre Washington e Pequim revela a complexidade de sua posição global. Uma fonte do governo afirmou que as negociações, que devem ocorrer em Washington na próxima semana, podem promover uma parceria mais estratégica na exploração de minerais essenciais às novas tecnologias, apesar das dificuldades causadas pela interdependência dos mercados.
Especialistas reforçam que o cenário internacional continuará influenciando decisivamente as decisões do Brasil. Como destacou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o domínio tecnológico e a disputa pela supremacia geopolítica moldam as ações do governo, deixando claro que o Brasil não consegue fugir dessa “grande disputa” internacional.
Para entender o contexto completo das relações entre Lula, Trump e os Estados Unidos, acesse a matéria do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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