Rodrigo Bacellar faz sua estreia como governador em exercício no Rio
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, iniciou sua jornada como governador em exercício com uma estratégia bem definida: neutralizar o “efeito Ramagem” e consolidar sua imagem como gestor. A partir da agenda intensa de visitas a obras e entrega de equipamentos públicos, Bacellar busca se firmar como a escolha ideal para o governo nas próximas eleições.
Viagens e a agenda intensa de Bacellar
Recentemente, Bacellar percorreu diversos municípios do estado, como Campos dos Goytacazes, São Gonçalo, Teresópolis e Paracambi, sempre acompanhado por uma comitiva de deputados e prefeitos. Essa abordagem é uma tentativa clara de se destacar em meio à forte concorrência política e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos de adversários como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que já havia explorado a falta de notoriedade do bolsonarista Alexandre Ramagem durante a campanha de reeleição passada.
O objetivo de Bacellar é tornar-se mais conhecido e apagar as memórias do que foi a campanha de Paes contra Ramagem, que foi marcado por comparações com a gestão do ex-governador Wilson Witzel, alvo de impeachment em 2021. Bacellar, então, usou sua posição na Alerj para se fortalecer politicamente e, agora, busca se mostrar como um gestor competente.
Visitas internacionais do governador e críticas
Com o governador Cláudio Castro se preparando para uma série de viagens internacionais, incluindo uma recente aos Estados Unidos, Bacellar terá a oportunidade de aumentar sua exposição e relevância política. Castro participará do Fórum de Lisboa, o que pode permitir que Bacellar atue com maior autonomia durante esse período.
No entanto, a estreia de Bacellar não esteve isenta de polêmicas. Em sua primeira viagem como governador em exercício, o uso de quatro helicópteros para transportar sua comitiva provocou críticas de adversários, que questionaram a necessidade desse gasto em uma situação onde a gestão pública é constantemente analisada.
Críticas a adversários e construções de alianças
Entre as falas mais contundentes de Bacellar, ele fez um ataque direto a Eduardo Paes, afirmando que “é muito fácil ser prefeito de cidade grande”, referindo-se à gestão financeira da prefeitura. Este discurso gerou reações rápidas entre os aliados de Paes, que caracterizaram as afirmações de Bacellar como um “discurso meio primário”.
Além disso, Bacellar também tem que lidar com dissentimentos dentro de seu próprio governo, especialmente em relação ao secretário de Transportes, Washington Reis, que procura fortalecer sua própria candidatura para 2026. A insatisfação com Reis foi externada por membros do PL, que pediram sua demissão, afirmando que a Secretaria de Transporte “vem arruinando o governo do estado”.
Construindo a imagem de “futuro governador”
Entre seus aliados, a presença de figuras do PT, como a deputada estadual petista Carla Machado e o prefeito de Paracambi, Andrezinho Ceciliano, reforça a ideia de que Bacellar está criando um campo de apoio diversificado. Este último chegou a classificá-lo como “nosso futuro governador”, um Endosse que pode ser crucial para suas ambições políticas.
Bacellar se mostra proativo em direcionar sua agenda política e construir sua narrativa como um governador em ascensão, ao mesmo tempo que enfrenta resistências e precisa contornar as críticas que surgem. À medida que se aproxima a eleição, o atual governador em exercício tem se mostrado preparado para os desafios que vêm pela frente.
Com suas visitas e acusações claramente direcionadas, Bacellar demonstra que está ciente da dura competição no cenário político do Rio de Janeiro. Se sua estratégia fará dele o candidato ideal para o governo, apenas o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: ele já deu o primeiro passo em busca dessa desejada posição.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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