Rodney Brooks preveem decepção na era dos robôs humanoides
Rodney Brooks, renomado pioneiro da robótica e ex-diretor do MIT, afirmou que os robôs humanoides de uso geral não estarão presentes nas nossas casas tão cedo, além de alertar para os riscos de sua convivência com humanos. Aos 70 anos, Brooks questiona a expectativa exagerada sobre a capacidade desses robôs, que ainda enfrentam desafios tecnológicos e de segurança.
A ilusão da aparência humanóide e as limitações atuais
Brooks destaca que a aparência física de um robô, especialmente a humanoide, muitas vezes gera uma percepção errada de suas capacidades. Os robôs utilizados hoje atuam de forma limitada, focados em tarefas específicas, como movimentação de paletes nos armazéns da Amazon ou braços de produção repetitivos. “As pessoas pensam que uma forma humanóide irá fazer tudo o que um humano faz, mas isso não é verdade”, afirmou Brooks.
Ambições e incertezas no setor de robótica
Empresas como a Tesla apostam em seus robôs, como o Optimus, prometendo produtividade cinco vezes maior que a de uma pessoa ao operar 24 horas por dia, sete dias por semana. Elon Musk afirma que o robô poderia até mesmo atuar como um cirurgião, apesar dos desafios em alcançar destreza similar à humana. Além disso, startups como a Figure AI arrecadaram bilhões de dólares para desenvolver robôs com aparência semelhante ao C-3PO, destinados a diversas aplicações comerciais.
Desafios técnicos e a questão da segurança
Brooks ressalta que a busca pelo “santo graal” dos robôs de uso geral, com a habilidade de andar sobre dois pés e manipular objetos com destreza, ainda está distante. Ele observa que a complexidade de replicar o movimento humano, aliado à instabilidade de robôs que perdem o equilíbrio, torna-os potencialmente perigosos, especialmente fora de ambientes controlados. As normas de segurança atuais recomendam manter distância de robôs industriais, mas os automáticos domésticos ainda representam território desconhecido.
O futuro da robótica e as preocupações de Brooks
Apesar de seu ceticismo, Brooks acredita que, no futuro, robôs poderão trabalhar ao lado de humanos, mas provavelmente terão formas variadas — com rodas, múltiplos braços — e não serão de uso geral. Ele também expressa preocupação com o foco excessivo na inteligência artificial mais moderna, que pode deixar de lado ideias tradicionais e promissoras. Para Brooks, a manipulação sensorial humana, especialmente o tato, continuará sendo um grande desafio para a robótica.
Perspectivas pessoais e reflexão
Atualmente, Brooks trabalha na Robust, na Califórnia, treinando robôs para operações em armazéns. Aos poucos, pretende se afastar do setor corporativo para dedicar-se à escrita de um livro sobre a própria inteligência artificial e por que ela provavelmente não será alcançada artificialmente por pelo menos 300 anos. Sua visão é de que, embora os robôs evoluam, a manipulação e percepções humanas permanecem fora do alcance da tecnologia atual.
Para saber mais, acesse o artigo completo em O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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