Riscos de instabilidade aumentam com retorno das políticas de Trump
O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA trouxe uma agenda econômica mais agressiva, marcada por protecionismo, expansão fiscal e instabilidade institucional, que agora ameaçam tanto a economia dos Estados Unidos quanto a global. Desde o início de seu mandato, seu governo sinaliza uma combinação de ações que aumentam a volatilidade dos mercados e deixam investidores em alerta.
Impactos do protecionismo e tarifações elevadas
Trump mantém uma postura mercantilista baseada na crença de que os EUA perdem sempre que importam mais do que exportam. Em 2 de abril, denominado “liberation day”, foram anunciadas novas tarifas generalizadas, com possíveis alíquotas de até 125% sobre produtos chineses e 10% sobre os demais países. O Brasil, por sua vez, foi atingido com uma tarifa de 50% sobre exportações, sob justificativa de retaliação política, embora nem todas as medidas tenham entrado em vigor até agora. Segundo fontes oficiais, esses anúncios provocaram efeitos relevantes na economia mundial, gerando volatilidade nos mercados, queda nas bolsas e aumento nas taxas de juros de longo prazo.
Instabilidade e paralisação de investimentos
O clima de instabilidade gerado pelas ameaças tarifárias e pelos anúncios contraditórios preocupa investidores internacionais. A incerteza faz com que empresários adiem decisões de investimento, uma teoria explicada pela avaliação das opções reais, que apontam para uma retenção diante de riscos elevados. Com isso, o crescimento econômico global fica comprometido, ampliando o quadro de desaceleração. Especialistas reforçam que o ambiente de risco limita o avanço de projetos de longo prazo.
Preços em alta e pacote fiscal de Trump
Apesar de uma das promessas de Trump ser a redução do custo de vida, as medidas tarifárias e restrições à imigração tendem a pressionar a inflação, uma vez que elevam os custos de insumos e mão de obra. Além disso, o governo aprovou um pacote fiscal chamado de “Big Beautiful Bill”, que contempla cortes de impostos e aumento dos gastos públicos, beneficiando segmentos mais ricos em um momento de dívida pública recorde. Segundo análises, essa postura aumenta a preocupação com a sustentabilidade fiscal e a valorização dos juros, além da desvalorização do dólar no mercado internacional.
Risco de estagflação e vulnerabilidade do dólar
O maior temor é que o país experimente uma combinação de inflação elevada e crescimento estagnado, conhecida como estagflação, que pode comprometer o chamado “Privilégio Exorbitante” dos EUA — a habilidade de manter déficits em conta-corrente sem perder credibilidade. Se os mercados começarem a duvidar da solvência americana, o dólar pode perder sua condição de moeda de reserva global, cenário até então improvável, mas agora considerado possível por analistas. Segundo estudiosos, esse quadro agravado também reforça a vulnerabilidade de países emergentes, como o Brasil, que já enfrentam efeitos de desvalorização do real e reação negativa da bolsa de valores após os anúncios de Trump.
Consequências para mercados emergentes e futuros passos
Para países com alta dependência de financiamento externo, como o Brasil, o cenário de aumento de custos globais e de risco político externo representa ameaça. A volatilidade financeira global, atrelada à postura protecionista dos EUA, pode adiar reformas necessárias e fortalecer vulnerabilidades internas, além de pressionar a moeda e a cotação de ações brasileiras. Diante desse quadro, uma abordagem prudente inclui negociações de tarifas menores, fortalecimento das reservas internas e responsabilidade fiscal, para minimizar os efeitos de uma possível crise maior. Especialistas recomendam que os países estejam atentos aos sinais de deterioração do cenário internacional para planejar suas estratégias econômicas.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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