Riscos de agroterrorismo aumentam com avanços em biotecnologia e IA

Casos recentes de contrabando de patógenos agrícolas, como o Fusarium graminearum, evidenciam o crescimento das ameaças de agroterrorismo, impulsionadas pelos avanços em biotecnologia e inteligência artificial.

Perigo representado pelo contrabando de patógenos

Em julho de 2024, o biólogo chinês Zunyong Liu foi detido no aeroporto de Detroit ao tentar entrar nos Estados Unidos com amostras de Fusarium graminearum, fungo que destrói plantações e provoca intoxicações.

Investigadores descobriram que Liu planejava cloná-lo em laboratório para experimentar variantes potencialmente mais destrutivas. Sua namorada, também pesquisadora, estaria envolvida em planos coordenados, alimentando suspeitas de uma estratégia de sabotagem agrícola ligada ao governo chinês.

Preocupações com novas ameaças na era digital

Especialistas alertam que o uso de IA na engenharia de proteínas e organismos nocivos amplia o risco de desenvolvimento de armas biológicas mais eficazes e difíceis de detectar, com potencial de causar destruição em massa.

Guerra híbrida e o papel do sigilo

A maior dificuldade está na ausência de regulamentação internacional eficaz, pois muitos avanços tecnológicos permanecem sob sigilo em laboratórios privados ou públicos que restringem o acesso por motivos estratégicos ou comerciais. Ferramentas de IA podem gerar variantes de patógenos que escapam ao controle existente, dificultando a vigilância global.

Desafios éticos e lacunas na fiscalização

Especialistas em ética e pesquisadores advertem que a tecnologia de dupla utilização, usada tanto para fins benéficos quanto potencialmente bélicos, exige uma regulação internacional mais robusta. Atualmente, órgãos como a Convenção sobre Armas Biológicas não possuem sistemas de fiscalização eficazes, aumentando o risco de uso malicioso.

Impactos e próximos passos

O caso do casal chinês reforça a necessidade de monitoramento global das pesquisas em biotecnologia e IA, para prevenir que avanços científicos sejam transformados em armas de destruição em massa. A comunidade internacional debate a criação de regulamentações mais rígidas e mecanismos de controle para neutralizar estas ameaças emergentes.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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