Quintessa promove inovação na restauração ecológica na Amazônia

A Quintessa, aceleradora dedicada a negócios de impacto socioambiental, anunciou um novo programa para desenvolver empresas e startups focadas na restauração ecológica, especialmente na Amazônia. Com cinco eixos prioritários, o projeto visa fortalecer o setor através de mentoria, apoio técnico e conexão com investidores, acelerando iniciativas promissoras na região.

Foco na inovação e na sustentabilidade na Amazônia

O programa contempla as áreas de regularização fundiária, sementes e mudas, monitoramento, mecanismos de financiamento e capacitação técnica. A primeira etapa selecionou cinco empresas, uma por eixo, incluindo startups do Pará, São Paulo e Minas Gerais. Todas têm em comum o objetivo de contribuir para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia.

Dentre as selecionadas, destacam-se a paraense Uirapuru, que desenvolve uma plataforma digital para regularização fundiária de pequenos produtores, e a paulista IGV Tech, dedicada ao melhoramento genético de mudas de espécies nativas amazônicas. Essas startups receberão mentoria em gestão, logística, avaliação de impactos e terão conexão com potenciais investidores.

Impulsionando um ecossistema de inovação

De acordo com Carolina Ochoa Koepke, sócia e líder de uso da terra da Quintessa, a restauração ecológica é uma atividade complexa que demanda um ecossistema de inovação abrangente. “É preciso criar um ambiente que beneficie todos os atores da cadeia, acelerando os resultados e a implementação de soluções efetivas”, afirmou.

Financiamento e desafios do setor

O programa funciona com um modelo de financiamento misto (blended finance), reunindo recursos da Amazon Investor Coalition, Fundo Vale, Instituto Itaúsa e Instituto Clima e Sociedade (iCS). Essa estratégia visa reduzir riscos e ampliar o acesso ao crédito para empreendedores do setor de restauração.

Apesar do avanço recente, o Brasil ainda enfrenta obstáculos estruturais, como dificuldades de acesso à terra, altos custos por hectare, necessidade de manutenção no período crítico, cadeias de sementes e mudas mais robustas, e insegurança regulatória. Desatar esses nós será fundamental para o país alcançar sua meta de reflorestamento até 2030, reafirmada na COP30, em Belém.

Outro exemplo de avanço é o estudo da gestora de recursos fama re.capital, que há 30 anos investe em práticas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. O relatório recente mostra que práticas regenerativas na agricultura podem recuperar áreas degradadas, aumentar a produtividade e promover uma bioeconomia mais responsável.

Perspectivas para o setor

O reconhecimento das técnicas regenerativas como vantagem competitiva ainda é limitado, devido à falta de padronização de métricas de avaliação. Contudo, o fortalecimento dessas práticas é considerado essencial para que o Brasil cumpra suas metas ambientais e econômicas, beneficiando a biodiversidade, o clima e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Fonte: O Globo

Com informações do Jornal Diário do Povo

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